Coletivo 'Cartografia da Hospitalidade' explora Economia Criativa

Projeto faz parte do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura da Uniritter

Celma Paese - Divulgação/Coletiva.net

A arquiteta e doutoura Celma Paese, do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura da Uniritter, esteve ao lado das mestrandas Carlla Volpato e Gabriela Mariano na noite de sexta-feira, 5, para encerrar as palestras na Innovation Week. Elas, que fazem parte do coletivo 'Cartografia da Hospitalidade', abordaram a temática sobre Economia Criativa, a partir do mapeamento realizado em Porto Alegre.

De acordo com Celma, o projeto de cartografia se construiu por meio da percepção de cada pessoa. "A partir do teu humor e vivências, cada dia é construído de maneira diferente, pois a experiência é única", falou, ao explicar sobre o processo de construção de um mapa cartográfico. Em relação ao 'Cartografia da Hospitalidade', afirmou que ele busca incentivar que as pessoas saiam às ruas sem medo e aproveitem o que estes espaços os proporcionam. "Não tem que ter câmera, tem que ter gente", enfatizou.

Para a produção do projeto, Celma, que o desenvolve desde o início deste século, comentou que nunca produzem nada de forma individual mas, sim, com um grupo. "Os voluntários pegam um mapa cartesiano e criam imagens mentais de lugares da cidade, como as praças", explicou, comentando que, a partir dos registros destes indivíduos, os quais nunca são iguais, o coletivo constrói os mapas.

Celma, disse que é muito importante ocupar e se apropriar o espaço urbano devido à riqueza cultural que ele proporciona. Após, enfatizou a necessidade de inclusão social, segurança dos cidadãos e troca de conhecimento. Exemplificando, ela afirmou que Economia Criativa está ligada ao consumo sustentável e é essencial para a preservação do planeta, à crise no emprego formal e impacta no consumo local e de novas profissões. "Ela tem a criatividade como elemento essencial, cujo ponto mais importante é o de que promove a inclusão social, onde dois mundos diferentes podem coexistir", falou.

Para ilustrar, citou o Mercado Púbico, que é patrimônio cultural imaterial, bem como a Casa de Cultura Mário Quintana, que carrega diversos exemplos de Economia Solidária, como feiras de vinis e mercado de pulgas. Após, Gabriela subiu ao palco para comentar sobre mapeamentos, tema de sua dissertação. Ela apontou, de acordo com seus estudos, que o Centro é a região com mais concentração de serviços e produtos, a maioria ligada à gastronomia.

Apresentando dados, provou que dentre a escolaridade das pessoas que apostam em Economia Criativa, 35% têm ensino superior completo e que as pessoas dispendem 10 horas de trabalho por dia. Também mostrou que a maioria tem formação na área de atuação, atuam em sede própria, variando de um a três sócios e colaboradores, e com remuneração em regime de CLT.

Por último, Carlla conversou com o público sobre a Praça de Alfândega. De acordo com seu estudo, na década de 50 o local era frequentado pela burguesia e, na década de 80, passou a ter mais pessoas da classe C. Porém, hoje é avaliada com diferentes classes convivendo, repleta de pluralidade e diversos agregados sociais, como é o caso dos trabalhadores. Dentre eles, estão os vendedores ambulantes, engraxates e artesãos - todos se valendo de Economia Criativa.

Ainda, citou a realização da Feira do Livro, e a Noite dos Museus, que ocorrem no local, como uma forma de apropriação da praça. "A Praça da Alfândega vem se modificando de acordo com a sociedade. Por isso, é fundamental que vocês olhem para algum lugar do bairro onde vivem e pensem criativamente sobre o que podem o proporcionar", finalizou.

Realizada pela Associação Riograndense de Propaganda (ARP) e pelo Grupo de Marketing RS, a Innovation Week acontece de 1º a 5 de abril, na ESPM-Sul (Rua Guilherme Schell, 350 - Santo Antônio), em Porto Alegre. Com o apoio da Melnick Even, a equipe Coletiva.net realiza a cobertura em tempo real do evento.

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