"Assessoria de imprensa no futebol nada tem a ver com as demais"

Afirmação é de João Paulo Fontoura, que atua no Grêmio e palestrou no FootHub ontem

João Paulo Fontoura, o JP, falou sobre a importância do assessor de imprensa em um clube de futebol - Divulgação/Coletiva.net

João Paulo Fontoura, conhecido como JP, foi o responsável pela palestra 'O Ambiente Sagrado do Vestiário', ocorrida na noite de ontem, 21, em Porto Alegre, na sede do FootHub. O assessor de imprensa do Grêmio falou para um público de cerca de 30 pessoas, em um encontro que se iniciou por volta das 19h, e alertou: "A assessoria de imprensa exercida no futebol em nada tem a ver com a assessoria de imprensa comum, uma vez que no esporte se trabalha com a paixão". A palestra começou com uma dinâmica na qual os inscritos conversavam por 30 segundos com o colega ao lado, a fim de promover o conhecimento e a comunicação entre eles. Após, um tinha que apresentar o outro aos demais presentes.

Ao dar espaço a outras experiências, trouxe depoimentos de assessores de imprensa de outros clubes brasileiros, como o de Gabriel Cardoso do Internacional, além de São Paulo, Cruzeiro, Vasco da Gama, Fluminense, entre outros. Para o jornalista gremista, gerenciar crises é um dos principais exercícios do assessor de imprensa de um time grande. E, para completar o assunto, convidou a jornalista da Rádio Gaúcha Renata de Medeiros a participar da palestra. Ela expôs o tema da sua monografia de graduação, a qual abordou o gerenciamento de crise no caso de dois obreiros da Arena Itaquera (SP) que vieram a falecer durante a construção do estádio.

JP comentou também que esta situação é quase diária em um clube de futebol, pois existem crises maiores e menores, assim como há também as previsíveis e as imprevisíveis. E, para ele, é nestes momentos que a figura do assessor de imprensa se faz importante: "A gente comenta que, quando a coisa estoura, é o momento que nós somos um pouco mais lembrados. Temos a responsabilidade de orientar nossos chefes, ou até mesmo o presidente do clube". E completou: "É uma função de muita exposição, onde a tua opinião, se levada adiante, com certeza terá consequências".

Dentre as evoluções que o assessor teve oportunidade de acompanhar nesses quase 10 anos de Grêmio, destacou duas situações. A primeira é a que toca a cobertura realizada pela imprensa do dia a dia do clube, afinal, segundo ele, há 20 anos, tinha quatro ou cinco repórteres ao lado do campo, enquanto hoje esse número aumentou, chegando por vezes a ter 15 profissionais. A segunda é sobre o uso das redes sociais por parte dos atletas.

Neste caso, ele afirmou ser um fator incontrolável, e que, infelizmente, foge do alcance dele. "Quando o atleta chega ao profissional, seja ele oriundo da base ou jogador contratado, eu converso sobre a importância das redes sociais. Entretanto, eles não dão necessariamente a atenção que o assunto merece, pois não têm a nossa formação, não têm a preocupação que a gente tem." E sobre o tema, ressaltou, ainda, que essas plataformas são exemplos reais de que todo mundo tem em si um pouco de imprensa, mesmo que seja de forma reprimida.

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