Relatório do CPJ revela: atualmente, há 251 jornalistas presos pelo mundo

Número de profissionais encarcerados tem aumento pelo terceiro ano seguido

Kyaw Soe Oo, jornalista da Reuters, é algemado em um tribunal em Yangon - Reuters/Ann Wang

Segundo relatório do Comitê para Proteção dos Jornalistas (CPJ), divulgado nesta quinta-feira, 13, o número de jornalistas presos no exercício da profissão aumentou pelo terceiro ano seguido - período em que o CPJ começou a trabalhar com estatísticas sobre o tema. Até 1º de dezembro, a entidade registrava a prisão de, ao menos, 251 jornalistas.

A organização cita que os dados apontam que o encarceramento de jornalistas se transformou na 'nova normalidade', e que o exercício de alguns regimes totalitários tem contribuído para que estes números venham aumentando.  "Parece uma tendência agora", disse a autora do relatório, Elana Beiser. O diretor-executivo do CPJ, Joel Simon, por sua vez, afirmou que "o terrível ataque global contra jornalistas, que se intensificou nos últimos anos, não mostra sinais de diminuir. É inaceitável que 251 jornalistas estejam presos em todo o mundo apenas por cobrir as notícias".

Ao encarcerar 68 jornalistas, a Turquia é o primeiro país desta lista, seguida por China, com 47 presos; Egito, com 25; e Arábia Saudita, com 16. No continente americano, aparecem na lista: Venezuela, com três presos; e o Brasil, com um - segundo o relatório, Paulo Cezar de Andrade Prado, responsável pelo Blog do Paulinho -, enquanto nos Estados Unidos já existiram nove detenções durante este ano, entretanto, atualmente não há profissionais encarcerados.  O número de mulheres jornalistas atrás das grades também aumentou. Segundo a lista, são 33 encarceradas em todo o mundo, incluindo quatro na Arábia Saudita, que escreveram sobre os direitos das mulheres.

O relatório reprovou ainda as ações do presidente norte-americano, Donald Trump, por chamar a cobertura midiática negativa de 'fake news' (notícias falsas), fraque que é também usada frequentemente contra os jornalistas por presidentes das Filipinas e da Turquia.

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