Abraji registra mais de 120 jornalistas hostilizados em cobertura das eleições

Agressões aos comunicadores foram físicas e, também, em meios digitais

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Durante o período do primeiro turno das eleições deste ano, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) registrou mais de 120 agressões a jornalistas em contexto eleitoral e político-partidário. Foram apontadas 64 ocorrências em meios digitais e 59 vítimas de ataques físicos. No site da entidade, há algumas notícias que relatam os casos de agressões. O mais recente ocorreu contra uma repórter da Rádio Bandeirantes de São Paulo. A jornalista foi atacada verbal e fisicamente com uma cabeçada por um manifestante durante ato de apoio ao candidato à presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, na Avenida Paulista.

Uma pesquisa divulgada pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV Dapp) registra que 945,3 mil postagens no Twitter se referiam à cobertura da imprensa ao longo das eleições. No decorrer do período analisado, a Abraji se manifestou contra agressões online a jornalistas em três ocasiões. "Um país que não compreende a diferença entre crítica ao trabalho jornalístico e violência contra profissionais da imprensa coloca a democracia e a si próprio em grave risco", argumenta em repúdio, concluindo: "Ofensas, assédio e ameaças a jornalistas com o objetivo de silenciá-los são sintomas de desprezo pela democracia. É urgente e necessário que os candidatos no pleito atual se manifestem publicamente contra tais ataques e os desencorajem. O silêncio diante da violência praticada por seus apoiadores configura conivência com ataques à liberdade de expressão".

A fim de levantar mais dados, a associação disponibilizou uma planilha para que os jornalistas que foram agredidos durante a cobertura em contexto eleitoral e político-partidário registrem os ataques. O documento pode ser editado online e acessado por aqui. Na lista, há, até a publicação desta nota, um caso recente de ameaça relatado em São Luiz Gonzaga, no noroeste do Rio Grande do Sul, contra uma jornalista da rádio Missioneira. Pelo Whatsapp, a repórter foi acusada de supostamente tentar impedir uma carreata pró-Bolsonaro.

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