Boletim da ARI de novembro denuncia ataques à imprensa

Tambor da Aldeia enfatiza caso dos jornalistas detidos pela PM em Santa Catarina e pronunciamentos do presidente

ARI - Reprodução

A 11ª edição do ano do Tambor da Aldeia, boletim mensal da Associação Riograndense de Imprensa (ARI), traz, entre os seus destaques, o caso dos jornalistas Jairo Silva Júnior, da rádio Transamérica, e Irapitan Costa, assessor de imprensa do Paraná Clube, que foram detidos durante a realização do jogo de futebol entre Criciúma e Paraná Clube, na noite de 19 de novembro, em Criciúma, Santa Catarina. Costa teve o celular apreendido e foi detido pela Polícia Militar (PM) ao tentar registrar uma ação truculenta contra o diretor do Paraná Clube, Alex Brasil.

Ao narrar e tentar filmar a detenção do assessor de imprensa, o repórter também teve seu celular apreendido e detalhou sua 'prisão' ao vivo. Os jornalistas foram liberados por volta das 22h, sem os celulares com as imagens dos abusos cometidos pelos policiais. Os sindicatos dos Jornalistas Profissionais do PR (SindijorPR) e de SC (SJSC) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) repudiaram o ocorrido.

Em âmbito nacional, a ARI destaca a denúncia feita pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). De acordo com a entidade, até 30 de novembro, o presidente da República, Jair Bolsonaro, fez, em seus discursos e entrevistas oficiais, mais de uma centena de ataques à imprensa e a profissionais da comunicação social. O mapeamento monitora mês a mês as declarações do mandatário com relação à imprensa e ao trabalho jornalístico. A federação leva em conta os discursos e entrevistas oficiais, que constam no site do Planalto, além dos textos postados em sua conta no Twitter. Nesse monitoramento, não são levados em consideração os conteúdos de pronunciamentos em vídeo, como lives transmitidas pelo presidente.

De janeiro a novembro, chegam a 100 os ataques classificados como 'descredibilização da imprensa', e a 11 as declarações categorizadas como 'ataque a jornalista'. Para a entidade, as menções à imprensa são uma forma dele incitar seus seguidores a não confiarem no trabalho jornalístico da maioria dos veículos e dos profissionais, principalmente quando se divulgam críticas ao governo, ou que envolvam sua família.

O Tambor da Aldeia aponta também que, em Honduras, o apresentador José Arita, do Canal 12, em Puerto Cortes, foi morto logo após deixar a estação onde trabalhava, na noite de 25 de novembro. Quatro homens estavam esperando o jornalista e começaram a atirar nele. Arita comandava o programa 'A Hora da Verdade". Ele se queixava de ter sido excluído de algumas coletivas de imprensa durante seu último programa, de acordo com a organização hondurenha de liberdade de expressão C-Libre.

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