Cinco perguntas para Julio Lemos

Jornalista esportivo faz parte do corpo docente da Escola Técnica Landell de Moura

Julio Lemos - Divulgação

1 - Quem é você, de onde vem e o que faz?

Sou jornalista, radialista e narrador esportivo. Tenho 28 anos e sou gaúcho, natural de Porto Alegre. Eu me considero um 'radiófilo'. Comecei a atuar com a latinha em 2009, como locutor de um programa de entretenimento jovem em uma emissora gospel (extinta Rede Mensagem FM). Paralelamente, atuava como assessor de Marketing (seis anos na Ferramentas Gerais e dois anos no Grupo Herval). Em 2013, fiz um teste de vídeo para um novo canal de TV que estava sendo lançado. Tive a felicidade de ser contratado como apresentador da antiga Store TV (Canal 27 da Net). Era um empreendimento do Grupo Zigon, do empresário Leonardo Hoffmann, que funcionava como um guia de compras 24 horas. Foi uma experiência maravilhosa de três anos e cerca de 300 comerciais gravados para diversas lojas. Uma grande escola, já que ainda não tinha trabalhado com televisão antes.

Após, tive uma passagem pela TV Urbana e, eventualmente, presto serviços para a Record TV, apresentando esse mesmo formato de anúncio. A relação com o rádio seguiu intensa. Apresentei um programa musical pela Rádio Felicidade FM, até ingressar na Rede Pampa. Primeiramente, como produtor de Jornalismo da Rádio Pampa. Depois, fui transferido para a Grenal, a pedido do Otávio Gadret, que identificou minha vocação para o esporte. Na emissora exclusiva de futebol, fui produtor, plantão, debatedor e apresentador.

A paixão pela bola me levou a buscar a formação de treinador pelo Sindicato dos Treinadores Profissionais do Rio Grande do Sul em 2017, e a formação de árbitro, que estou cursando atualmente, pela Federação Gaúcha de Futebol. Não tenho o intuito de exercer essas atividades. O objetivo é agregar conhecimento à carreira do jornalismo para opinar ao público com mais embasamento técnico.

Hoje, atuo como narrador e repórter dos jogos do Grêmio e do Internacional pela Rádio Estação Web. Também apresento um programa semanal de debate entre torcedores da dupla pela Rádio Hincha. Além disso, passei a integrar a equipe de professores da Escola Técnica Landell de Moura, que é referência na formação de profissionais do Rádio e da TV. Estamos trabalhando com as disciplinas de Locução Comercial e Narração e Comentário Esportivo.

2 - Como se deu a escolha pelo Jornalismo?

Acredito que todo comunicador, antes de ser profissional, é um consumidor viciado da Comunicação. Cresci ouvindo rádio, lendo jornal e assistindo a programas jornalísticos na TV. Sempre disse que meu sonho era ser jornalista. Enquanto meus amigos jogavam vídeogame, eu narrava suas partidas. Sempre falante, gostava de ler em público no colégio e escrever. Cheguei a receber dois prêmios de redação quando estava no ensino fundamental. Mas muitos me diziam que era um mercado muito difícil de acesso e de remuneração desvalorizada. Por isso, comecei as graduações de Administração, Psicologia e Relações Internacionais. Era um desastre. Até que, enfim, fui para a faculdade de Jornalismo, na Ulbra, onde me realizei como acadêmico. Aprendi que é essencial na vida fazermos aquilo que realmente temos prazer e talento.

3 - O que representa na sua trajetória profissional estar em sala de aula?

Imaginava me tornar professor no futuro. Não esperava ser agora. Fui surpreendido com o convite do professor Marcelo Bier, diretor da Escola Técnica Landell de Moura, após uma palestra. Fiquei muito feliz e entusiasmado com este desafio. É uma alegria voltar à instituição onde estive diversas vezes como aluno e é referência na formação de profissionais de Rádio e TV no Estado.

4 - A partir da sua experiência, o que todo jornalista esportivo precisa saber?

Atualmente, o público é cada vez mais bem informado e exigente. Por isso, considero necessário que o jornalista esteja sempre atento à busca do conhecimento. O ouvinte quer opinião com muito embasamento e conteúdo. Mesmo que discorde. O jornalista esportivo tem que fugir do senso comum, buscar conhecimento tático e técnico. Mas, ao mesmo tempo, saber comunicar com empatia e didática. Sem ser pedante. Afinal, o rádio continua sendo um meio de linguagem simples, objetiva, concisa e vibrante. Outro desafio que considero fundamental é se livrar das paixões clubísticas para fazer uma análise puramente racional. Sem esquecer que o futebol é ciência, é assunto sério, mas também é emoção, espetáculo e alegria.

5 - Quais são os seus planos para daqui a cinco anos?

Pretendo estar narrando muitos jogos e apresentando um programa diário no rádio, com foco no futebol, com um toque de política e música. Gosto demais do contato com a audiência do "ao vivo". Estou em busca de uma nova parceria para voltar ao FM. Um formato que me permita empreender com mais liberdade de tempo. Também pretendo investir na minha qualificação com uma especialização em Jornalismo Esportivo e um mestrado.

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