Processado, jornal JÁ vive momento difícil

Está com edição extra nas bancas, mas editor não sabe se manterá circulação

24/11/2009 19:04
As dificuldades cresceram desde que, há quase um ano, em ação movida pela família Rigotto, o JÁ foi condenado a pagar uma indenização de R$ 54 mil, valor pesado para o porte da empresa. O fato é registrado hoje pelo jornalista Cláudio Humberto que, sem sua coluna na internet, publica a nota intitulada ?RS: jornal esmagado por relatar corrupção?: ?O jornal gaúcho JÁ ? de Elmar Bones, ex-Coojornal, um dos jornalistas mais admirados do País ? deve fechar as portas. Não tem condições de pagar uma indenização à família do ex-governador Germano Rigotto ? cujo irmão, Lindomar, falecido, foi apontado como um dos principais operadores de um esquema de corrupção na área de energia, no governo de Pedro Simon. Há 8 anos os Rigotto tentam fechar o jornal?. Esta história é relembrada pelo próprio JÁ na edição extra que está nas bancas desde a semana passada, tendo como tema de capa a corrupção no Rio Grande do Sul. A reportagem traz um resumo dos casos recentes e um histórico das CPIs no legislativo estadual ? desde 1947, já foram 139 comissões parlamentares de inquérito, média de duas por ano em seis décadas. Segundo o jornal, estão em andamento no judiciário gaúcho mais de 200 Ações Civis Públicas ajuizadas pela Promotoria de Defesa do Patrimônio Público, do Ministério Público Estadual. A maior dessas ações envolve a fraude em dois contratos para a construção de onze subestações de energia da CEEE, ocorrida em 1987, durante o governo Simon, e que em valores corrigidos chega a R$ 800 milhões, quase 20 vezes o prejuízo causado ao Detran/RS. O jornalista Luiz Cláudio Cunha escreve artigo no site Observatório da Imprensa um artigo em que registra esta história da CEEE e lamenta a situação que está sendo enfrentada pelo jornal. Em certo trecho, escreve que o JÁ ?é um bravo mensário que sobrevive há 24 anos pela teimosa resistência de seu editor, Elmar Bones da Costa, nascido há 65 anos em Santana do Livramento, cidade gaúcha no limite com o Uruguai, de onde ele trouxe a rebeldia indomável do fronteiriço. Ao longo de 40 anos de carreira, Bones construiu com talento uma sólida e reconhecida biografia na imprensa nacional que passa pelas redações de Veja, Gazeta Mercantil, Jornal do Brasil, O Estado de S.Paulo, IstoÉ e Folha da Manhã?.