Violência contra jornalistas cresceu 36,36%, aponta relatório da Fenaj

Levantamento que detalha ocorrências será lançado nesta sexta-feira

Os registros de violência envolvendo jornalistas, em razão do exercício da profissão, sofreram um aumento de 36,36% em 2018, no comparativo com o ano anterior. A informação é da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), que apresentará nesta sexta-feira, 18, a edição atualizada do seu Relatório da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil. O lançamento será no auditório do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro (Rua Evaristo da Veiga, nº 16, Centro), às 14h.

Nos últimos 12 meses, foram registrados 135 casos de agressões, atingindo 227 jornalistas, enquanto no igual período anterior foram 99 ocorrências. Além do aumento no quadro geral de violência, destaca-se o assassinato do jornalista Ueliton Bayer Brizon, em Rondônia - em 2017, não houve morte em razão do exercício profissional.Também teve acréscimo no número de assassinatos de outros profissionais da área de Comunicação. No ano anterior um blogueiro foi assassinado, em 2018, quatro radialistas foram vítimas fatais: Jairo Souza (Pará), Jeferson Pureza Lopes (Goiás), Marlon Carvalho de Araújo (Bahia) e Severino Faustino, conhecido como Sílvio Neto (Paraíba).

O maior número de ocorrências se deu na forma de agressões físicas. Foram 33 casos envolvendo 58 profissionais, contra 29 ocorrências em 2017, o que representa um acréscimo de 13,79%. Mas houve grande crescimento no número de casos de agressões verbais, ameaças/intimidações e impedimentos ao exercício profissional. Ainda no último ano, as agressões verbais e os impedimentos ao exercício profissional aumentaram mais de 100%, em comparação com o ano anterior. Os casos de ameaças/intimidações cresceram cerca de 87%. Conforme a entidade, das violências registradas, 27 casos estão relacionados à eleição e, 16, ao ex-presidente Lula - envolvem a Caravana Lula, o julgamento do recurso do ex-presidente no Tribunal Regional Federal da 4ª Região e sua prisão.

Como principais agressores, aparecem eleitores e manifestantes, além de caminhoneiros, que, durante a greve da categoria, cometeram agressões contra jornalistas em diversos estados. Os jornalistas ainda foram vítimas de políticos, policiais, juízes, empresários, dirigentes/torcedores de times de futebol e populares. Além das agressões citadas, a Fenaj destaca também casos de cerceamento à liberdade de imprensa por decisões judiciais, censuras, atentados, prisão e práticas contra a organização sindical da categoria.

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