Mãe supercoruja de volta

Não adianta lutar contra o que se tem adubado dentro do coração. Tento resistir e diversificar os temas das colunas. Escrever sobre o campeonato …

17/11/2010 00:00
Não adianta lutar contra o que se tem adubado dentro do coração. Tento resistir e diversificar os temas das colunas. Escrever sobre o campeonato brasileiro, os novos bebês que chegarão à minha vida em 2011, os poemas, a eleição e até a feira do livro. Mas quando me encontro exercitando os dedos no teclado do computador, volta e meia, ainda que busque, incansavelmente, controlar os assuntos, termino escrevendo sobre a minha filha, Gabriela. Porque é sempre para ela a melhor parte do meu dia, da minha noite, do meu passado, do meu presente e do futuro que ainda existirá. Desde que ela adolesceu de fato e de direito, evito falar de temas pessoais da sua vida, como fazia no início dos meus escritos. Em parte, para preservá-la um pouco de tanta exposição nesta fase importante de sua vida, mas também porque entendo que as travessuras e descobertas de crianças rendem mais do que as inquietações adolescentes. Hoje, Gabriela é uma moça bonita, envolvente, carismática, que chama a atenção quando passa despretensiosa na rua. Tem boa saúde, alguns probleminhas mínimos no colégio e pequenos exageros de consumo inerentes à faixa etária. Contar, em prosa, poesia ou mesa de bar, sobre as vitórias de Gabriela é, por isso, motivo de orgulho para mim. Não me cansa. E espero que não canse o meu leitor mais atento, pois é uma espécie de ?vale a pena ver de novo?: mãe-coruja ataca aqui no site da Coletiva. Na sexta-feira passada, Gabriela passou a tarde conhecendo um completo grupo de comunicação em Porto Alegre. Na companhia de assessores, visitou os estúdios de rádio AM e FM, a emissora de televisão e chegou a conversar com os apresentadores de programas. Depois, encerrou o tour na redação do jornal, onde não poupou perguntas aos colunistas e jornalistas selecionados para falar com ela e outra menina, vencedoras de um concurso de frases do suplemento para jovens. E se mostrava, segundo ela, interessada em saber o que cada um fazia, em qual setor, como funcionava tal máquina e o programa e tal e tal. Bombardeou os jornalistas com perguntas como ?É melhor escrever na reportagem ou ser colunista?? ?Qual a reportagem que te marcou mais?? ?É possível ser imparcial?? Brincou de ser a apresentadora do tempo no estúdio de TV. Inseriu créditos fictícios num programa rural. Não queria o fim do passeio. E quando chegou em casa, pediu minha atenção e despejou tudo o que tinha visto, os lugares, as pessoas, os cenários. A noite não foi suficiente para Gabriela contar tudo. E seu relatório só foi derrotado pelo cansaço e pelos meus cafunés em seus cabelos enquanto dormia no sofá da sala. Até a tal visita, Gabriela afirmava não saber se iria fazer vestibular para Publicidade ou Jornalismo. Dúvida cruel que lhe perseguia há pelo menos um ano. Mas passível de ser resolvida até o final de 2011, quando deverá submeter-se aos exames para a universidade. Pois, informo-lhes: tudo indica que Gabriela fará a faculdade de Jornalismo. É o consenso dela depois do passeio. Foi o consenso de alguns assessores impressionados com a curiosidade dela. Mais um motivo para o orgulho da mãe-coruja. Mais um motivo para lutar pelo diploma.