'Todo Dia a Mesma Noite': incêndio da boate Kiss terá minissérie na Netflix

Produção é baseada no livro da jornalista Daniela Arbex, que chega a Porto Alegre nesta quarta-feira para acompanhar o julgamento

Minissérie ainda não tem data de estreia - Crédito: Reprodução / Twitter

Quase nove anos se passaram desde a madrugada de 27 de janeiro de 2013 em Santa Maria, quando um incêndio ocorrido dentro da boate Kiss deixou 242 mortos e 680 feridos. A Netflix anunciou recentemente que o livro escrito pela jornalista mineira Daniela Arbex, 'Todo Dia a Mesma Noite', será uma minissérie no streaming. Apesar de não ser do Rio Grande do Sul, a autora tem forte relação com o Estado e com os familiares das vítimas, que conheceu ao escrever a obra. Ela chega amanhã, 30, a Porto Alegre para acompanhar o julgamento do caso, que começa na quarta-feira, 1º de dezembro. 

Em entrevista à equipe de Coletiva.net, Daniela falou sobre a importância da produção como um passo para a construção da memória coletiva do Brasil. "Permitirá que milhões de pessoas acompanhem como é tortuoso o caminho para a busca de justiça. Meu objetivo é que esse projeto mobilize a sociedade e ajude a criar uma cultura de cuidado e prevenção, evitando a repetição de tragédias", afirmou a mineira, reiterando que não se pode omitir a tragédia. "E nós não deixaremos que o incêndio da boate Kiss caia no esquecimento", destacou a autora ao comentar que ainda não há previsão de estreia para o streaming. 

Julgamento 

O desfecho para a tragédia de Santa Maria começará dentro de dois dias, quando se inicia o júri, que levou ao banco dos réus quatro indiciados pelo Ministério Público: os donos da boate Kiss, Elissandro Spohr (mais conhecido como Kiko) e Mauro Hoffmann; o produtor musical Luciano Bonilha Leão; e o músico Marcelo de Jesus dos Santos. 

Conforme a escritora, não é aceitável que quase nove anos depois ainda não haja uma resposta para as famílias e sobreviventes. Para Daniela, já passou da hora de acabar com a cultura da impunidade que impera no Brasil.  "Estou certa que os pais não querem vingança, apenas que a justiça seja cumprida e que os réus sejam responsabilizados pelo que fizeram ou deixaram de fazer", concluiu a autora, que acredita que a falta de justiça dói tanto quanto a morte.

Comentários