Ambiente do Mercado Público recebe nome do jornalista Walter Galvani

Terceiro quadrante do primeiro pavimento do prédio homenageia o comunicador que impediu a demolição do imóvel histórico, em 1972

14/10/2025 14:00 / Atualizado em 14/10/2025 14:09
Ambiente do Mercado Público recebe nome do jornalista Walter Galvani /Crédito: Patrícia Haubert/Arquivo/Jornal do Comércio

A partir de um projeto proposto pelo vereador Rafael Fleck (MDB), o terceiro quadrante do primeiro pavimento do Mercado Público, agora, recebe o nome de 'Jornalista Walter Galvani'. O profissional, que morreu em 2021, foi responsável pela mobilização que impediu a demolição do prédio histórico em 1972, pelo então prefeito Telmo Thompson Flores.

Natural de Canoas, Galvani foi um dos fundadores do jornal Expressão, em agosto de 1954. No ano seguinte, ingressou no Correio do Povo, onde ficaria por 50 anos, expandindo sua atuação para outros veículos da Caldas Júnior. Foi chefe de Reportagem da Folha da Tarde, onde criou um programa de treinamento para jovens jornalistas, e diretor de Redação da Folha da Manhã. Suas últimas contribuições foram para os jornais ABC Domingo, do Grupo Sinos, A Razão, de Santa Maria, e Diário Popular, de Pelotas.

Além disso, escreveu mais de 12 livros, incluindo 'Nau capitânia', uma biografia de Pedro Álvares Cabral que recebeu o prêmio 'Casa De Las Americas'. Também assinava textos para a revista da Academia Rio-Grandense de Letras, onde ocupava a cadeira de número 25. Em 2017, recebeu a Medalha Alberto André, da Associação Riograndense de Imprensa (ARI). Além disso, foi patrono da 'Feira do Livro' de Porto Alegre e presidente do Conselho Estadual de Cultura.

Luta pelo Mercado Público

Em 1972, o prefeito Telmo Thompson Flores alegou que iria ?destruir aquela velharia para fazer uma avenida?, referindo-se ao Mercado Público. ?Segundo ele [Galvani], o feito que mais lhe trouxe orgulho foi ter iniciado a mobilização para impedir a demolição do Mercado Público de Porto Alegre?, destaca o proponente da homenagem.

Inclusive, após a morte do jornalista houve tentativa de denominar todo o prédio histórico com seu nome, no entanto, Fleck recorda que a iniciativa não avançou. "Agora, com a aprovação da nova lei, Porto Alegre presta uma justa homenagem àquele que lutou pela preservação de um de seus maiores patrimônios", enfatiza o vereador.