O Rio Grande do Sul conta com um representante na Comissão de Relações Internacionais da Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Carlos Castilho é um dos integrantes do grupo que tem, entre suas funções, buscar aproximações com as entidades e organismos de defesa da liberdade de imprensa e dos direitos profissionais dos jornalistas que atuam na América do Sul. Nesse sentido, uma meta imediata da Comissão seria a realização de um encontro sul-americano na sede da entidade.
Apesar de ter nascido em Florianópolis, em Santa Catarina, desde os primeiros anos de vida Carlos viveu em Porto Alegre e toda sua família é gaúcha. Atualmente, ele reside em Canela, na Serra. Em conversa com a reportagem do Coletiva.net, o comunicador explicou que aceitou o desafio por estar convencido de que a busca de soluções para as questões que afetam o exercício do Jornalismo no Brasil poderão ser encontradas por meio de parcerias externas. ?É o caso da desinformação, o mais complexo de todos os desafios enfrentados pelo Jornalismo da era digital, pois ele afeta diretamente a credibilidade da missão jornalística?, ponderou.
Outro problema apresentado pelo integrante é a sustentabilidade de projetos no setor, ou seja, como iniciativas podem lograr uma estabilidade no fluxo de gastos e receitas capaz de dar tranquilidade tanto para quem faz como para quem recebe informações. O desemprego na área é outro desafio a ser superado e que, segundo Carlos, não é temporário, mas um dilema estrutural. ?Os empregos perdidos nas empresas jornalísticas não serão repostos porque o modelo de negócios da imprensa convencional não funciona mais.?
Assim, com estes obstáculos, o profissional finalizou: ?Minha ideia é que a comissão, que tem também toda uma área de atuação política institucional, possa servir de janela para nossa integração no mundo jornalístico global".
Mais metas da Comissão Internacional da ABI
Associar-se aos esforços da diretoria de Cultura pelo selo editorial e de certificação ABI Internacional também está entre as tarefas da Comissão, assim como participar de iniciativas que visem a desenvolver um sistema regional integrado que ofereça a leitores, ouvintes, telespectadores e internautas elementos para identificar erros, omissões e enviesamento nas notícias publicadas pela imprensa e influenciadores digitais. Nesse sentido, também se unir a organizações jornalísticas e fazer parcerias internacionais para propor ações contra a desinformação.
Visando atingir o público jovem, que já se informa majoritariamente pelo Facebook, Instagram e Tik Tok, o grupo deve trabalhar a relação entre Jornalismo e redes sociais também no âmbito internacional e desenvolver ações que preservem a integridade da função social da profissão. Estimular a participação de jornalistas brasileiros em veículos internacionais de Comunicação e difundir no Brasil suas produções, bem como promover a realização de debates, lançamentos de livros, cursos, seminários e congressos ligados à temática internacional também estão na lista de intenções.
Coordenada pelo conselheiro José Reinaldo (SP), e composta ainda por Ângela Carrato (MG), Beto Almeida (DF), Laurindo Leal (SP), Míriam Gontijo (RJ) e Rodrigo Viana (SP), a Comissão foi criada na reunião do Conselho Deliberativo da ABI realizada no dia 25 de julho. O esboço completo do plano de atividades da divisão pode ser conferido aqui.