Cinco perguntas para Eduardo Matos

Jornalista com mais de 100 premiações no currículo trabalha há 20 anos na rádio Gaúcha e participou, recentemente, da cobertura da tragédia em Petrópolis

Eduardo Matos está há 20 anos na rádio Gaúcha - Crédito: Arquivo pessoal

1 - Quem é você, de onde vem e o que faz?

Meu nome é Eduardo Matos, tenho 42 anos, nascido em Porto Alegre. Sou filho da Aliete e do Jorge, meus pais, que me cuidam lá de cima sempre. Comecei a trabalhar aos 18 anos na 4ª Vara Cível do Foro Central da Capital. Deixei meu emprego para ser estagiário da rádio Gaúcha em 2002. Formei-me em Jornalismo pela Unisinos em janeiro de 2005. Já exerci várias funções na emissora. Fui rádio-escuta, produtor, redator, editor, repórter e apresentador. Atualmente, sou repórter multimídia da Gaúcha, jornal Zero Hora e do site GZH. 

Sou jornalista e radialista. Faço texto, áudio, foto e vídeos nas reportagens. Integro o Grupo de Investigação da RBS (GDI). Tenho 111 prêmios de Jornalismo, entre eles: Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais de Jornalismo; Agência Nacional de Águas; Allianz Seguros; Agência Reguladora dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul; Associação das Mantenedoras de Ensino Superior; Associação dos Procuradores da República; Associação dos Delegados de Polícia do Rio Grande do Sul; Associação dos Magistrados Brasileiros; Associação dos Policiais Federais; Associação Médica do Rio Grande do Sul; Associação Riograndense de Imprensa (ARI); CNH de Jornalismo Econômico; Confederação Nacional dos Transportes; Conselho Nacional dos Procuradores Gerais (CNPG); Conselho Regional de Economia do RS; Estácio de Jornalismo; Federação Brasileira de Hospitais; HSBC de Imprensa; José Lutzenberger de Jornalismo Ambiental; Líbero Badaró; Ministério Público do Rio Grande do Sul; Petrobras de Jornalismo; Sebrae; Sindicato das Transportadoras de Cargas do Rio Grande do Sul; Themis de Jornalismo; Tribunal de Contas do RS de Jornalismo e Vladimir Herzog;  

Participei de diversas coberturas jornalísticas estaduais, nacionais e internacionais, como a visita do Papa Francisco a Aparecida em São Paulo, enchentes no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, casos policiais de grande repercussão, acidentes graves no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, tragédia com o avião da TAM em 2007, tragédia com o avião da Chapecoense (em 2016), Copa do Mundo de Futebol 2014 (em Natal) e todas as eleições desde 2002. Durante o verão, faço cobertura jornalística no Litoral Norte do Estado. Também acompanhei em 2013 o então governador gaúcho Tarso Genro em missão ao Uruguai. Fiz a cobertura dos 10 anos da Missão Brasileira para a Estabilização do Haiti, em Porto Príncipe, capital haitiana. Fiz a cobertura da missão empresarial brasileira na Alemanha, passando por Hannover, Hamburgo, Frankfurt e Berlim. Cubro assuntos relativos à Operação Lava-Jato desde o início. Fiz a cobertura da prisão e da libertação do ex-presidente Lula. Já entrevistei os presidentes Fernando Henrique Cardoso, Lula, Dilma e Bolsonaro.

2 - São 20 anos de profissão. Você consegue lembrar como era o jornalista que entrou na Gaúcha naquela época?

Lembro como se fosse hoje. Sempre fui um obstinado pelo trabalho bem feito. Inspirei-me em alguns colegas que eu levo como exemplos de profissionalismo, talento e dedicação, como: Daniel Scola, Cid Martins e Giovani Grizotti. Atualmente, além desses monstros do Jornalismo, me inspiro também em uma das maiores comunicadoras do Brasil, o fenômeno Kelly Matos. Desde o primeiro dia, eu sabia que queria ser repórter para poder contar histórias. Depois de um tempo, consegui. Sempre dei o meu máximo, até mesmo naquelas pautas consideradas do dia a dia que, muitas vezes, a gente faz meio no automático. Lembro até hoje da minha primeira entrada ao vivo de fora da redação. Foi em 2003, quando entrevistei o então ministro dos Transportes, Anderson Adauto, em uma noite de domingo, no programa 'Gaúcha Faixa Especial', apresentado na época pelo André Machado, e que, por coincidência, apresento hoje. Eu fiquei muito nervoso, mas acho que me saí bem por ser a primeira vez. 

3 - Que marcas ficam de coberturas como as de Petrópolis, no Rio de Janeiro?

A impressão é que tenho uma chave dentro de mim que desliga meus sentimentos em coberturas de tragédia. Não fico abalado com a tristeza que assola um ambiente inteiro. Consigo, perfeitamente, descrever isso no ar, mas não me afeta naquele momento. Foi assim em Petrópolis, quando vi dezenas de corpos sendo retirados debaixo da lama e os familiares vendo aquilo, chorando copiosamente. Foi assim em um velório com mais de 50 corpos na Arena Condá, em Santa Catarina, na tragédia do voo da Chapecoense. Foi assim quando mataram e enterraram o menino Bernardo aos 11 anos de idade em Três Passos. Foi assim no Haiti quando as crianças se aproximavam de mim chorando e implorando por água e comida. Não sei se isso é bom ou ruim, mas sou assim. Quando o trabalho termina em uma cobertura como essa, paro para refletir. Por vezes choro sozinho lembrando da tristeza das pessoas. Como marca da cobertura da tragédia em Petrópolis, fica a certeza de que o poder público poderia fazer mais para evitar tudo aquilo que não fez.

4 - O que você gosta de fazer quando não está trabalhando?

Eu gosto muito de fazer esporte. Minha paixão atualmente é a musculação. Tento treinar os sete dias da semana. Nem sempre consigo. Mas já joguei e competi no Kung-Fu, Futsal, Tênis e Padel. Eu amo estar com meu filho. O Vitor Matos está com 14 anos. Ele é meu coração fora do corpo, minha paixão. O que mais gosto de fazer com ele é ir a jogos do Grêmio. Somos dois torcedores tricolores fanáticos. Também gosto bastante de comer. Adoro churrasco, pizza e xis. Sushi também é bom. Gosto de dizer que faço fisioterapia para poder treinar e treino para poder comer. 

5 -  Quais são os seus planos para daqui a cinco anos?

Adoro fazer o que eu faço. Adoro, mesmo. É prazer puro pela adrenalina diária, pela falta de rotina, por poder contribuir com a população passando informação. Por mim, faria o resto da vida, mas não sei se será possível. A Comunicação está mudando muito e muito rápido nos últimos dez anos. Espero estar fazendo o que gosto e ganhando bem para isso.

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