Cinco perguntas para Lucas Pimenta

Bacharel em Relações Públicas teve TCC reconhecido no Prêmio Abrapcorp, na categoria Monografias

Lucas Pimenta - Divulgação

1 - Quem é você, de onde vem e o que faz?

Meu nome é Lucas Pimenta, sou natural de Porto Alegre, diplomado em Relações Públicas pela Famecos, da PUC. Fui contemplado, recentemente, com dois prêmios acadêmicos de projeção nacional: minha equipe ficou em terceiro lugar no Prêmio Universitário Aberje 2017, e, em maio, meu TCC recebeu o Prêmio Monografia Destaque pelo XII Congresso Abrapcorp (Associação Brasileira de Pesquisadores de Comunicação Organizacional e Relações Públicas). Profissionalmente, desenvolvi alguns projetos vinculados à minha área de formação e, hoje, atuo como palestrante. Interesso-me, com distinção, por temas como diversidades e inclusão nas organizações, comunicação e cultura e Relações Públicas como prática de transformação social.

2 - Como se deu a escolha pelo curso de Relações Públicas?

Foi fruto do acaso. Eu estava confuso por não ter sido aprovado, pela segunda vez, em Artes Cênicas na Ufrgs. Como havia ido bem no Enem, escolhi Relações Públicas na PUC como segunda opção. A primeira era Produção Audiovisual. Na verdade, cliquei na opção errada à época - era para ter selecionado Psicologia, mas errei a tecla e cliquei em Relações Públicas. Hoje, vejo que fui muito feliz ao ingressar via ProUni na Famecos. Colho lindas flores.

3 - O que representa para você ter o TCC reconhecido no Prêmio Abrapcorp?

Esperança, sobretudo, além de espaço de trabalho reflexo de uma necessidade de luta. Não é uma conquista individual. Carrego comigo as tantas pessoas que ouvi - e que ainda precisam muito que outros tragam suas pautas para ter vez, atenção e respeito. As pessoas transexuais, infelizmente, ainda não são tão bem-vindas. Meu lugar como homem branco é muito privilegiado e ainda estamos começando esse processo de dar o justo e devido espaço às diversidades nas organizações. Mas o prêmio me motiva a continuar e evidenciar aquelas e aqueles que lutam por essa mesma causa.

4 - Como se deu a escolha do tema do trabalho de conclusão?

Trouxe o conceito de Relações Públicas como ativismo do meu intercâmbio, realizado em 2016. Essa ontologia mexeu muito comigo e queria dissecá-la melhor. Mas não sabia como fazer isso de forma empírica, o que me parecia fundamental para uma monografia como a minha. Curiosamente, na época em que questionava isso, participei de um evento que tinha como pauta a família LGBTI. Foi a primeira vez na vida que vi, pessoalmente, uma pessoa transexual. Dei-me conta de que havia um abismo de realidades distintas entre nós. Tomei consciência de meus privilégios enquanto homem, branco, de olhos claros e cisgênero (quem tem uma identidade de gênero idêntica àquela que lhe foi atribuída ao nascer) e que era triste o fato dessas pessoas não terem visibilidade nos meios em que eu vivia. Por isso, conectei as ideias e construí um trabalho que fala dessa lacuna nas organizações, o que vem ao encontro de uma prática ativista enquanto relações-públicas.  

5 - Quais são os seus planos para daqui a cinco anos?

Pretendo me envolver em projetos do Terceiro Setor, além de palestrar ou lecionar - talvez ambos. Creio ser importante manter meus vínculos com as empresas em que trabalhei ou que virei a trabalhar. Não quero ficar longe de um lugar no mercado, mais comercial, digamos. Existe uma ampla área com potencial de aplicar o que pesquiso. É como se eu estivesse estudando relações virtuais nos anos 70, quando logo nascia a internet. O que escolhi é visionário e estou me preparando para quando, no futuro, toda a realidade de mercado compreender essas identidades, diversidades e vivências complexas e ricas. Não estamos muito longe disso, não!

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