Canva, Flickr, Forever 212, Georgio Armani, Lapima e? HOC: o que essas empresas têm em comum? Todas elas são comandadas por casais. Foi assim que Fábio Bernardi e Lara Piccoli, parceiros de vida e pais do pequeno Santiago, começaram a falar sobre a aventura de serem, também, parceiros profissionais, durante o Summit Empreender 40+, no Teatro do Bourbon Country, em Porto Alegre.
"Não nos damos conta, mas tem muito negócio, de qualquer tamanho, tocado por casais vencedores. Pensamos muitas vezes em empresas pequenas, como os mercadinhos de bairro e empresas mais familiares, mas uma Armani nasceu e foi tocada por um casal empreendedor", citou Fábio. Ele apontou que muitas vezes se perguntaram se daria certo se tornarem um casal na vida e nos negócios e hoje subiram ao palco para falar: sim. Isso porque estão à frente da agência HOC há 13 anos.
Conforme Lara, eles abriram a empresa aos 40 anos (ela) e 53 anos (Fábio). Para exemplificar os mais variados "tipos" de casais que são, mostrou diversas fotos em momentos diferentes, como na agência, mas também com o filho, Santiago - que nasceu depois viramos empreendedores.
"Estamos falando isso porque a performance é uma ilusão. Ninguém é o tempo inteiro o profissional e ninguém é o tempo inteiro o pessoal e não divide essas duas partes e momentos meio a meio. O ser humano é uma mistura", disse Fábio. Contudo, cita que o senso comum aponta que é preciso separar o pessoal do profissional sendo marido e esposa. "Depois de acharmos a vida inteira que é bom separar esses universos, entendemos que é o contrário disso: o que faz a diferença para aquelas empresas (que citaram anteriormente) e para nós é, exatamente, aproveitar-se da mistura e não negá-la", afirmou.
Fábio completou, ao revelar que tentaram fazer essa separação, contudo ficaram com depressão, problemas de saúde mental e com burnout. Isso porque lidam com algo que é inevitável. "Nós somos íntimos inteiros e, quanto mais formos assim, mais feliz ficamos. Além de facilitar a relação no trabalho e na vida pessoal, também ajuda na empresa também para não ficarmos o tempo inteiro cuidando como nos falamos. Inclusive, os clientes sabem que somos um casal e aprendemos que é melhor contarmos antes das reuniões", revelou.
Jogo aberto
Fábio acredita que, a partir deste "jogo mais aberto" as pessoas enxergarão tudo mais natural e torna a empresa mais calorosa e humana. "Somos um casal, gostamos de ser e incentivamos que nos tratem com esta naturalidade." De acordo com ele, tanto na vida pessoal, quanto na profissional, é muito bom ter um senso de propósito, legado e pertencimento, pois é algo que os estimula.
"Nossa proposta de sermos um casal no negócio é também uma tentativa permanente de envolver todos na mesma construção. A empresa fica um pouco mais coesa, também porque sabemos que pode ser o que quisermos e estimulamos que as pessoas sejam o que elas são." Por isso, Fábio expôs que desejam que as pessoas reconheçam a agência empresa é mais humana e que possam ser o que elas quiserem. "Todos têm o direito de não estarem bem em um dia, porque queremos que trabalhem com criatividade. Ela precisa que estejam inspiradas e, nem sempre, é um dia bom dia", refletiu.
Segundo Lara, a diretoria das organizações também começou a dar sinais de colapso, "porque o mundo corporativo é duro". "Mas quando o núcleo é um casal, nos protegemos um ao outro, de certa forma, e essa pressão é mais suave", opinou. Conforme a publicitária, eles têm mais sentimento, porque isso é inevitável. "Quando somos um casal temos dores que carregamos juntos", disse.
Sem garantias
Lara trouxe à pauta a questão de se pensar que caso o negócio dê errado os dois ficarão sem emprego, por exemplo, contudo, para ela, não há mais garantias que o casal continue trabalhando ao mesmo tempo em empresas diferentes. "Não existe mais esse lugar. Podemos estar há 20 anos em um local, mas nada garante que irás continuar. Também podes entrar há um ano ou ou pouco tempo, também não é garantia."
A equipe de Coletiva.net está presente no no Summit Empreender 40+, realizado em 29 de outubro, no Teatro Bourbon Country, em Porto Alegre. e Comunicação, realizado em Canela, na Serra Gaúcha. Durante a cobertura, participam a gerente de Conteúdo Patrícia Lapuente, a repórter especial e social media Márcia Dihl e a assistente de Redação Ronise Garcia, que produzem matérias, entrevistas e bastidores diretamente do local. O público pode acompanhar a cobertura completa no portal Coletiva.net, com repercussões nas redes sociais - incluindo Facebook e Threads - e conteúdos exclusivos no Instagram e drops na Coletiva.rádio.