MP acata denúncia de homofobia da ONG SOMOS contra o jornalista Políbio Braga

Ação foi formulada com base em inquérito policial oriundo da Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância de Porto Alegre

Denúncia foi realizada dia 19 de maio - Créditos: Reprodução

Nesta quinta-feira, 15, o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) divulgou parecer sobre denúncia, por prática discriminatória e preconceito de cunho homofóbico, contra o jornalista Políbio Braga. A acusação, feita pela ONG Somos - Comunicação, Saúde e Sexualidade à Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância, gerou um inquérito que foi base para a decisão do órgão, que remeteu o caso à Justiça. 

Em entrevista exclusiva ao Coletiva.net, Políbio se manifestou contra a decisão. O comunicador revelou "não ficar admirado com a posição do Ministério Público", bem como relatou que pediu abertura de inquérito policial contra ameaças. "Há uma perseguição clara contra jornalistas que usam a liberdade de expressão, portanto também de imprensa, para que se calem diante do discurso único que tenta impor suas opiniões, tentando suprimir o direito constitucional e legal ao contraditório, apanágio de qualquer sociedade civilizada", defendeu.

O jornalista e diretor operacional da ONG, Gabriel Galli, aponta que esta situação é ainda mais grave, visto que foi realizada por um profissional de Comunicação. "Além da ilegalidade como um todo, Braga também desrespeita o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, que é muito objetivo ao definir que o Jornalismo não pode servir para atacar os direitos humanos e colocar em ainda mais vulnerabilidade populações já discriminadas. O que um comunicador fala tem potencial multiplicador", aborda.

Relembre o caso

Em 18 de maio, Políbio, ao noticiar uma ação do governador Eduardo Leite (PSDB), que iluminou o Palácio Piratini com cores da bandeira do orgulho LGBTQIA+ no 'Dia Internacional de Combate à LGBTfobia', escreveu comentários, de cunho discriminatório, de acordo com registro da ONG Somos nas redes sociais. Conforme o trecho do comunicado do grupo, "o comunicador associou a homossexualidade à zoofilia, além de questionar a posição da Organização Mundial da Saúde (OMS) que, desde 1990, não considera as orientações sexuais não-heterossexuais como doenças". 

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