A Record TV RS deverá indenizar uma fonte por não ter preservado sua identidade durante entrevista para o programa Balanço Geral. O caso ocorreu em 2015, quando a emissora não distorceu voz nem imagem da entrevistada que não queria ser identificada. A decisão é da 10ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. O advogado da empresa no Estado, Valtencir Marcos Miotto, explicou ao Coletiva.net que a mulher havia informado sobre o sigilo à produção da reportagem e não ao repórter. ?Houve um ruído de comunicação, pois a produtora, que não estava presente no momento da entrevista, não informou o jornalista. Dessa forma, a informação também não chegou na edição.?
O advogado afirmou que, no momento, o processo está com o advogado da vítima e que a empresa de comunicação está aguardando o julgamento. Ele acredita que o resultado deva sair dentro de 18 meses. ?Agora, o que podemos fazer é aguardar. Esperamos que o processo seja revertido em Brasília?, sentenciou. O juiz João Ricardo dos Santos Costa, da 16ª Vara Cível do Foro Central da Capital, julgou a ação procedente e definiu a indenização em R$ 18,7 mil. O tribunal, no entanto, aumentou o valor para R$ 30 mil.
Os autos do processo registram que a autora aceitou ser entrevistada para falar sobre as motivações do assassinato de vizinhos em Porto Alegre. Porém, no dia da veiculação, o programa mostrou a autora de frente para a câmera, com total visibilidade, sem distorção de voz, além de ter divulgado seu nome. A entrevista foi ao ar em outras três oportunidades dessa mesma forma. Com isso, a fonte se sentiu exposta e disse que a entrevista colocou sua vida em risco, então, entrou com um processo contra a emissora.