Rede Pampa encerra operações de jornalismo no interior gaúcho

Medida resultou na demissão das equipes das praças de Carazinho e Santa Maria

Cerca de 15 profissionais perderam seus empregos - Reprodução

A partir deste mês, a Rede Pampa não tem mais operações de jornalismo no interior do Rio Grande do Sul. A medida resultou na demissão das equipes das praças de Carazinho e Santa Maria, somando quase 15 profissionais em ambas as sucursais. O motivo, conforme a empresa, é que ela está "redirecionando seus investimentos para finalizar a implantação do sinal digital, agora nas pequenas cidades gaúchas".

A equipe de Coletiva.net conversou com o jornalista Álvaro Damini, que estava havia 17 anos e meio na praça de Carazinho, cuja operação funcionava em Passo Fundo. Segundo ele, nove pessoas foram demitidas da casa após férias coletivas. "A repercussão está sendo grande na comunidade, porque era uma outra opção local. São decisões que os gestores tomam. Se correta ou não, o tempo dirá. Se lamenta por tudo o que representa", comentou o profissional, que chegou à TV em 2003, ainda como repórter, para, depois de um ano, assumir a coordenação de jornalismo e apresentação do telejornal da emissora.

Em seu perfil no Facebook, ele escreveu um depoimento comentando sobre sua saída da empresa: "Nesse período tive convites e oportunidades de sair para centros maiores e emissoras maiores, mas não me arrependo de ter permanecido aqui. Foi uma história e tanto. Uma história  feliz, sobretudo. Construímos uma família com tanta gente especial com quem convivi", registrou, e agradeceu à empresa e aos colegas com quem dividiu desafios e conquistas. "Só tenho gratidão por esse tempo. Agradeço às pessoas que permitiram que eu pudesse viver tudo isso. Agradeço a cada pessoa que trabalhou comigo. Um dos meus maiores orgulhos é ver tantos "pupilos e pupilas" que passaram sob o meu comando, a maioria começando na profissão, e hoje brilham em vários cantos do Estado e do Brasil, esbanjando talento", escreveu. "Finalizo esse ciclo de alma lavada e com a sensação de dever cumprido. A vida não seria tão bela se não fosse marcada por desafios e por recomeços, benditos sejam eles", encerrou. 

Conforme a empresa, as operações de jornalismo nas praças do Interior tinham mais de 20 anos, desde a fundação das unidades. Agora, atuam nos locais apenas profissionais técnicos e da Administração, que tocarão o projeto de digitalização, o qual deve ser finalizado dentro dos próximos dois anos.

Damini também informou ao portal que, desde o final de 2019, Passo Fundo já não tinha mais o jornal local e que o mesmo ocorreu em Santa Maria no começo do ano passado. A praça de Pelotas, por sua vez, já não tinha mais equipe de jornalismo há mais tempo.

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