Twitter rompe acordo de combate à desinformação com União Europeia

Tratado com a entidade obriga plataformas a cooperarem com a checagem de fatos

Um representante da União Europeia afirmou, na última semana, que o Twitter optou por deixar um acordo voluntário com a instituição, que visa combater as fake news on-line. Chamado de 'Código de Prática', o tratado inclui a obrigação de rastrear propaganda política, suspender a monetização de desinformação e cooperação com esquemas de checagem de fatos.

Thierry Breton, comissário da União Europeia para o mercado interno, alertou que a decisão da empresa não a isenta de seguir o futuro Digital Services Act - Ato dos Serviços Digitais, em tradução livre -, recentemente aprovado no parlamento europeu com o intuito de responsabilizar as plataformas virtuais pela desinformação presente na internet. "Você pode correr, mas não pode se esconder. Para além dos comprometimentos voluntários, combater a desinformação será obrigação legal sob a DSA a partir de 25 de agosto. Nossas equipes estarão prontas para aplicá-lo", publicou em suas redes sociais.

Analistas sugerem que a saída da rede social do acordo compõe o plano de sucatear mecanismos de controle de conteúdo da rede social, adotado pela companhia desde que foi comprada por Elon Musk, em 2022. O empresário sul-africano alega agir assim por ser um "free speech absolutist" - "um absolutista da liberdade de expressão", em tradução livre.

Luta por 'liberdade'

Sob o pretexto de assegurar a liberdade de expressão aos usuários, o novo CEO revogou protocolos previamente adotados pelo Twitter contra a desinformação. Além disso, ele permitiu que Donald Trump recuperasse sua conta, banida desde 8 de janeiro de 2021, quando o então presidente dos Estados Unidos exaltou a invasão ao Capitólio norte-americano, ocorrida dois dias antes. Musk também conduziu demissões em massa, incluindo as de profissionais que atuavam na prevenção da propagação de fake news.

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