Com textos em 'portunhol', livro explora o cotidiano da fronteira entre Brasil e Uruguai

Escrito por Andrés Rivero, 'Mormasiento' será lançado em 26 de outubro em Porto Alegre

16/10/2025 10:15
Com textos em 'portunhol', livro explora o cotidiano da fronteira entre Brasil e Uruguai /Crédito: Juliana Freitas

Com uma mistura de poesias em portugues, espanhol e 'portunhol' - que resulta da união dos idiomas anteriores -, o livro 'Mormasiento' chega à Porto Alegre. De autoria do poeta uruguaio Andrés Rivero, a obra reúne versos e narrativas que surgem pela oralidade e pela experiência cotidiana nas periferias da fronteira entre Brasil e Uruguai. O lançamento ocorrerá em 26 de outubro, às 16h, na livraria Macun (Rua Octávio Corrêa, 67 - bairro Cidade Baixa).

O 'portunhol' é o idioma formativo de Rivero, que usa o livro como oportunidade de celebrar essa linguagem e toda a criatividade por trás dela. "Eu nasci em um lugar onde as pessoas falavam assim desde o ventre, desde o colinho da mãe. Eu escuto essa forma de falar nas cantigas, nas histórias dos meus avós", recorda. Ele ainda conta que no bairro onde mora, as pessoas misturam, brincam e até inventam palavras.

O termo 'mormasiento', que dá nome ao livro, é uma mistura de 'mormaço', 'cansaço' e 'sentimento'. Além disso, Rivero também se apoia em palavras de origem africana, guarani e charrua para contar histórias de suas raízes afro-indígenas. "As matanças dos povos originários foram sistemáticas, então as pessoas aprenderam a viver no silêncio", avalia. Para o escritor, cada poema é um fragmento de tempo: "Uma tentativa de nomear o que pulsa". 

Interessados podem adquirir o livro na livraria Macun e também pelo Instagram do autor, em @rivero.arte. O evento de lançamento contará com sessão de autógrafos, roda de conversa e poesia.

Sobre o autor

Andrés Rivero é poeta, compositor e artista. Nascido em Minas de Corrales, em Rivera, no Uruguai, tem sua obra profundamente marcada pela oralidade e pelas heranças afro-indígenas transmitidas de geração em geração. Autodidata, atua desde 2003 em projetos comunitários voltados à valorização da identidade local e da língua 'portunhol', como o Coletivo Língua Mãe. Também é cantautor e explorador do universo sonoro da fronteira, criando canções e performances que buscam revitalizar tradições culturais e reafirmar a força criativa desse território binacional.?