Empresários e especialistas têm perspectiva otimista em relação ao futuro

Cenários 2019 foi promovido pela CDL POA na tarde desta quarta-feira

Cenários 2019 foi realizado pela CDL Porto Alegre - João Alves

A CDL Porto Alegre promoveu, na tarde desta quarta-feira, 21, o Cenários 2019, evento que reuniu o economista Aod Cunha, o jornalista e colunista da Veja.com Augusto Nunes e três empresários gaúchos: a superintendente do Grupo Lins Ferrão, Carmen Ferrão; o presidente da Calçados Beira Rio, Roberto Argenta; e o sócio-diretor das Lojas Monjuá, Jorge Bender. No painel, os convidados disseram que têm perspectiva otimista em relação ao futuro do Rio Grande do Sul e do Brasil.

Durante a tarde de reflexão, os painelistas apresentaram as suas projeções para o Estado, para o País e para os seus negócios a partir de 1° de janeiro de 2019, quando os eleitos na última eleição tomam posse. O presidente da CDL Porto Alegre, Alcides Debus, abriu o evento agradecendo a participação de todos e ressaltou a importância de se debater as tendências de futuro. "Como empresários, dependemos de uma leitura adequada do ambiente de negócios para tomarmos boas decisões, porque delas também depende o sucesso de muitas pessoas", falou.

Na sequência, Aod Cunha apontou a reforma da previdência como a chave para o Brasil alcançar um crescimento econômico sustentável. Segundo ele, há um ciclo mundial de crescimento com potencial para ser aproveitado, desde que o presidente eleito, Jair Bolsonaro, consiga aprovar, no primeiro ano de mandato, uma boa reforma do setor. "Do conjunto de reformas que vão em uma direção correta, a principal é a reforma da previdência", destacou. Na sua opinião, o foco em um segundo momento deve ser direcionado ao aumento da produtividade. "É a agenda das próximas décadas, após a reforma da previdência", destacou.

Ele, que foi secretário da Fazenda do Rio Grande do Sul no governo de Yeda Crusius, também abordou a grave crise fiscal que atinge os estados, problema o qual, segundo ele, passa pela revisão da Lei de Responsabilidade Fiscal por meio de um pacto entre os governadores e o presidente eleito. "É preciso um redesenho da lei, com alguma contrapartida do governo federal para estados que se comprometam em seguir um caminho de ajuste fiscal."

Augusto Nunes, por sua vez, disse que, quando ouviu que seu nome havia sido cotado para integrar o governo Bolsonaro, logo veio a público esclarecer que não tem interesse em aceitar qualquer tipo de convite. "Sou um jornalista independente. Tenho que me sentir à vontade para fazer críticas quando eu acho errado", frisou. Sobre o cenário político brasileiro, Nunes falou que aprova indicação de Sérgio Moro para o Ministério da Justiça. "Errei ao dizer que ele deveria ficar como juiz federal. Logo me convenci que ele fez muito bem em aceitar o convite", afirmou. O jornalista comentou, no entanto, que o presidente eleito não está preparado para o cargo, assim como nenhum de seus antecessores estava. "O Brasil já foi governado por analfabetos funcionais, por uma cabeça baldia como a Dilma Rousseff. Aí, vem falar que o Bolsonaro não está preparado para ser presidente? Não está mesmo, até porque não tem cursinho para isso", pontuou.

Na segunda parte do evento, após breve intervalo, subiram ao palco os três empresários gaúchos. Carmen Ferrão lembrou que, há 30 anos, quando ingressou na empresa, a inflação galopava e, hoje, os desafios são outros, pois o grupo completa 65 anos em 1° de dezembro e, para 2019, projeta a ampliação do alcance nacional da marca. "Não tem mais a necessidade de termos toda esta estrutura da loja física em qualquer lugar do Brasil. Podemos chegar com a nossa marca virtual", afirmou.

Roberto Argenta, da Calçados Beira Rio, falou na sequência e apresentou três propostas que, segundo ele, seriam capazes de gerar 12 milhões de empregos no Brasil. "Menos Brasília e mais Brasil", resumiu o empresário. Para fechar o evento, Jorge Bender, das Lojas Monjuá, concordou com a fala de Aod Cunha: "Temos a maior das oportunidades para fazer as reformas que são necessárias. Existe um consenso da sociedade e do novo governo que está assumindo. E existe uma maioria no congresso para apoiar essas medidas", destacou.

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