O governo de Eduardo Leite fechou o primeiro quadrimestre de 2021 com saldo positivo nas contas públicas, o que não ocorria desde 2017, segundo dados da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz). O superávit orçamentário - receitas acima das despesas -, foi de 1,96 bilhão, valor superior a uma folha salarial dos servidores do Executivo. Os números foram apresentados em videoconferência na manhã desta quarta-feira, 2, pelo secretário estadual da Fazenda, Marco Aurelio Cardoso.  

Segundo Cardoso, somado ao aumento da arrecadação, o controle das despesas cria esse resultado positivo. "Claro que também precisamos destacar que, em geral, o primeiro quadrimestre tem os resultados porque existe uma sazonalidade na arrecadação, em especial devido ao Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). Geralmente, é o melhor quadrimestre do ano", disse o secretário, durante a apresentação do relatório de transparência fiscal.

Em abril de 2017, ainda na gestão de José Ivo Sartori, MDB, o resultado também havia ficado no positivo, com 418,9 milhões. À época, a cifra incluiu recursos extras obtidos ao longo de 2016, como a venda da folha dos servidores ao Banrisul e a suspensão dos repasses da dívida com a União. 

Hoje, o superávit tem duas principais causas: uma delas é a queda nas despesas totais, marcada por nova redução nos gastos com recursos humanos e no déficit da Previdência. O segundo motivo, de maior impacto, é a arrecadação no início de 2021, em comparação com o mesmo período de 2020. 

A partir de agora, o desafio do governo é manter o Estado operando no azul de forma consistente, o que dependerá, também, dos rumos da economia. "Se a gente mantiver essa trajetória econômica com boa arrecadação do Imposto sobre Operações à Circulação de Mercadorias e Prestações de Serviços (ICMS), poderemos ter, sim, um efeito positivo até o fim de 2021. Neste ano, existe ainda a possibilidade de recursos extraordinários advindos de privatização", projetou Cardoso.