O frigorífico Agrosul Agroavícola Industrial S. A., localizado no município de São Sebastião do Caí, terá que paralisar imediatamente máquinas e atividades da empresa, em cumprimento à determinação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A interdição da indústria, que abate 76 mil frangos ao dia, é resultado da quarta força-tarefa estadual 'Meio Ambiente de Trabalho em Frigoríficos Avícolas', realizada desta terça a quinta-feira, 10 a 12. A decisão é baseada nos termos do artigo 161 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Foi constatada situação de grave e iminente risco à saúde e à integridade física dos trabalhadores. A diligência foi organizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e pelo MTE, com apoio do movimento sindical dos trabalhadores, do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) e do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA). Durante a interdição, os 1.283 empregados da planta devem receber seus salários como se estivessem em efetivo exercício, nos termos do parágrafo 6º do artigo 161 da CLT. O cronograma de inspeções das forças-tarefas seguirá até o final do ano, com ações mensais. Em 2015, será a vez dos frigoríficos bovinos receberem a força-tarefa. O MTE também embargou a obra do escritório de expedição e determinou a imediata paralisação do andaime tubular simplesmente apoiado, das instalações elétricas provisórias, das duas betoneiras e da serra circular. A documentação foi recebida pelos diretores industrial, Cesar Luiz Assmann, e administrativo, Milton Bach, em reunião da força-tarefa com a empresa na manhã desta quinta-feira, 12. As primeiras três forças-tarefas foram realizadas em janeiro, fevereiro e abril, nas unidades da Companhia Minuano de Alimentos, em Passo Fundo; da JBS Aves Ltda., em Montenegro; e da BRF S.A., em Lajeado. Todas ações resultaram em interdições. Como consequência, foi reduzido o ritmo de trabalho exigido pelas plantas da JBS e da BRF. As condições antiergonômicas ? que sujeitam o corpo humano a risco de lesão grave por esforços repetitivos, uso de força, posições ou movimentos que forçam ossos, articulações e músculos de forma antinatural ? conduzem a adoecimentos crônicos que podem incapacitar o trabalhador para qualquer atividade, inclusive em sua vida pessoal. As duas empresas acataram as determinações e solucionaram os problemas, removendo as causas das interdições em menos de uma semana.
Ministério do Trabalho determina que frigorífico paralise atividades
Empresa Agrosul, de São Sebastião do Caí, teve processos interditados pelo órgão federal
12/06/2014 16:34