Niall Ferguson mostra aspectos que fizeram Ocidente se sobrepor ao Oriente

Historiador subiu ao palco do Fronteiras do Pensamento 2017 para abordar conceitos do seu livro Civilização

28/11/2017 14:10
Niall Ferguson mostra aspectos que fizeram Ocidente se sobrepor ao Oriente /Divulgação/Coletiva

Na noite desta segunda-feira, 27, o historiador britânico Niall Ferguson subiu ao palco da penúltima edição do Fronteiras do Pensamento 2017 para mostrar quais instituições fizeram com que o Ocidente se sobrepusesse ao Oriente. Diante de uma plateia de mais de 200 pessoas, o pesquisador apresentou conceitos sobre a temática, com base no seu livro Civilização. Antes de Ferguson conduzir a palestra, esteve no Salão de Atos da Ufrgs, em Porto Alegre, o solista Daniel Hack, que entoou canções no acordeom.

Com o objetivo de que suas teorias fossem compreendidas, Ferguson comparou as instituições a aplicativos que existem nos smartphones, indispensáveis no dia a dia dos usuários. São elas: a descentralização da vida política e econômica que deu condições para o desenvolvimento de estados-nação e do capitalismo; a revolução científica, que ocasionou na vantagem militar do Ocidente; os direitos de propriedade, no sentido de proteger os donos privados e solucionar desavenças entre eles; a medicina, cuja chegada ocasionou na melhoria da expectativa de vida; a sociedade de consumo, que demandou para movimentar a economia e dar sentido à Revolução Industrial; e a ética do trabalho, em que um sistema moral que conduz as atividades.

O propósito de Ferguson foi demonstrar ao público a relevância destes seis itens para a supremacia ocidental, a partir de 1600. Junto aos apontamentos, o professor da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, salientou que qualquer civilização pode se apropriar desta fórmula de sucesso e que, em consequência, disso, prevê o fim da liderança do Ocidente sobre o Oriente.

Ao final, explicou que o conceito de civilização parte da ideia das pessoas serem civilizadas entre si. Para exemplificar, caracterizou que o Twitter é a ?parede de banheiros masculinos do mundo?, o que acaba refletindo a polarização de opiniões políticas nos Estados Unidos. Ainda, acrescentou que os tweets mais compartilhados são aqueles que possuem tom emocional, obsceno ou ofensivo. ?A emergência das redes sociais causa rupturas e gera a não-civilização?, finalizou.