Jornalistas são agredidos por policiais em Alegrete

Equipe do jornal Em Questão sofreu os ataques em frente à delegacia

Jornal Em Questão - Reprodução

Na última quinta-feira, 18, os profissionais do jornal Em Questão, de Alegrete, Paulo de Tarso Pereira, diretor do periódico, e o repórter Alex Stanrlei, foram agredidos e algemados pela polícia, enquanto cobriam um roubo na fazenda do Exército. A violência ocorreu em frente à Delegacia de Plantão e Pronto Atendimento da cidade.

Segundo carta divulgada pelo jornal, as agressões começaram quando, ao ser impedido de gravar um caminhão do Exército que estava estacionado, o repórter Alex começou a transmitir a situação ao vivo através de redes sociais. "Neste instante, um dos policiais saltou pelas costas do diretor (Paulo) de forma truculenta, dando uma forte gravata no jornalista, que passou a ficar com falta de ar, sendo asfixiado", descreve o documento.

A nota emitida pelo jornal ressalta que os profissionais do veículo entrarão com processos de investigação contra os policiais, com auxílio de advogados e junto à Corregedoria da Brigada Militar e à Comissão de Direitos Humanos, na esfera municipal e estadual. Também deve haver a instauração de um inquérito policial, em que responderá por abuso de autoridade. "Foi um ato isolado, mas que serve de alerta", comunicou a direção do Em Questão.

O episódio gerou notas de repúdio da Associação do Jornais do Interior do Rio Grande do Sul (Adjori-RS), Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e Associação Riograndense de Imprensa (ARI). O texto da ABI destaca que os agredidos estavam em plena função de suas atividades, quando foram impedidos de executar o seu trabalho de forma violenta. A nota da ARI foi assinada pelo presidente da entidade, Luiz Adolfo Lino de Souza, e pelo presidente do Conselho Deliberativo, João Batista de Melo Filho, e salienta a importância da responsabilização dos culpados. 

A íntegra das notas pode ser lida abaixo:

Nota da ABI

"Os jornalistas agredidos estavam no cumprimento de suas atividade de informar a sua comunidade, e além de serem impedidos de executarem sua tarefa, foram injustificadamente agredidos e detidos.

No sentido de bem apurar os atos e punir os responsáveis com a rigidez da lei para que não voltem a ocorrer episódios desta natureza, a Associação dos Jornais do Interior do RS faz um pedido para que as corregedorias da BM e do EB investiguem os fatos ocorridos.

A imagem de nossa Gloriosa Brigada Militar não pode ser denegrida por atos de violência de alguns de seus membros contra trabalhadores e diretores da imprensa.

Os jornalistas não são marginais, nem vagabundos e não foram autuados em flagrante delito, estavam simplesmente cobrindo uma pauta jornalística, com fazem todos os dias em todo o planeta.

Fica aqui nossa solidariedade aos colegas do jornal Em Questão, do município do Alegrete. 

Rio de Janeiro (RJ), 21 de junho de 2020

Cid Benjamin 

Presidente da Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e dos Direitos Humanos da ABI

Vilson Romero 

Integrante  da Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e dos Direitos Humanos da ABI'' 

Nota da Ari

"A Ari espera a apuração isenta dos fatos, com a consequente responsabilização dos agressores.

Luiz Adolfo Lino de Souza

Presidente da ARI

Batista Filho

Presidente do Conselho Deliberativo da ARI"

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