Santa Maria lamenta morte do cronista e jornalista José Bicca Larré

Profissional faleceu nesta quinta-feira, aos 89 anos

Jornalista era escritor e cronista - Reprodução

O cronista e jornalista José Bicca Larré morreu nesta quinta-feira, 18. Chamado de expoente cultural em Santa Maria, onde residiu por 50 anos, ele, que também era escritor, faleceu aos 89 anos, quando se recuperava de uma cirurgia feita no começo desta semana, no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre. De acordo com informações divulgadas no Diário, impresso de Santa Maria no qual Larré atuou por 14 anos, ele sofria de insuficiência cardíaca e respiratória. O velório se inicia logo mais, às 16h desta quinta-feira, 18, na capela 1 do Hospital de Caridade e o corpo será sepultado em Santa Maria, no Cemitério Santa Rita de Cássia, na sexta-feira, 19, às 10h.

Nascido em Alegrete, o jornalista construiu sua trajetória profissional em Santa Maria, onde também atuou como funcionário público federal. Em entrevista publicada pelo Diário em 2017, Larré contou sua trajetória, lembrando que iniciou a carreira aos 14 anos, em 1943, na Gazeta de Alegrete. Atuou, também, no jornal A Razão, de Santa Maria; no Diário de Notícias e em A Hora, de Porto Alegre e Caxias do Sul, respectivamente.

Após pedir demissão dos Diários Associados, foi editor do O Pioneiro, de Caxias do Sul, de onde, conforme contou na entrevista, "fui demitido por me negar a me filiar ao Partido Integralista, proprietário do dito semanário". Então, criou o próprio jornal, o semanário Panorama. "Devo ao jornalismo, também, minha carreira de escritor, em que fui um dos fundadores da antiga Associação Santa-Mariense de Letras e da atual Academia Santa-Mariense de Letras, na qual ocupo a Cadeira nº 4", registra o material.

Sua história no Diário começou em 2002, quando o impresso foi fundado, e do qual saiu 14 anos depois. No veículo, Larré ocupou o espaço nobre da contracapa da Revista MIX, em que dividia os finais de semana com o jornalista e cronista Marcelo Canellas.

Ainda, participou da consolidação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Entre outras atividades, foi conselheiro da Cruz Vermelha do Estado e era amigo do ex-presidente João Goulart. Em 1964, devido à natureza da atividade que desenvolvia, foi preso durante a ditadura militar. De acordo com o filho, Ludwig, que, inclusive, nasceu quando o pai estava detido, isso aconteceu três vezes, e ele foi absolvido. Como escritor, publicou sete livros. São eles: 'Sereias e Lobisomens', 'Maçonaria: Esotérica para Maçom', 'Tintim por Tintim', 'A Estrela Dalva', 'Crônicas do Diário', 'O Cego e a Prostituta' e 'Anedotário dos Ilustres'.

Larré tinha quatro filhos do primeiro casamento, Maria Cristina, Marcos Eugênio, José de Larré (falecido) e Rosa Helena (falecida), e dois do segundo matrimônio, Gustavo e Ludwig. Também tinha sete netos e seis bisnetos. O cronista foi casado com a professora e escritora Ruth Farias Larré, falecida em 2015, aos 76 anos.

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