Alexandre Meurer: Encanto pelas câmeras

Depois de uma visita ao Centro de Mídia da Unisinos, o publicitário teve certeza de que gostaria de trabalhar com Comunicação

Alexandre Meurer, sócio-fundador da Brava Filmes

"Quero fazer isso. Quero fazer Publicidade e Propaganda": assim declarou o jovem Alexandre Meurer, após uma excursão com a escola para São Leopoldo, onde se encantou pelo Centro de Mídia da Unisinos - mais precisamente, pelas câmeras. Natural da cidade de Três de Maio, localizada no noroeste do Estado, foi na agência que um tio comandava que direcionou cada vez mais o caminho para a área. E, como não poderia ser diferente, quando a hora de ingressar na faculdade chegou, tratou de prestar vestibular para a mesma universidade que conhecera anos antes. 

Dado o primeiro passo em busca do que almejava profissionalmente, ao se tornar estudante de Publicidade e Propaganda, mais tarde foi a vez de procurar por uma oportunidade de trabalho na área. Por indicação de uma professora, conversou com João Paulo Dias, conhecido como Jopa, para conseguir um estágio na Centro - agência que o profissional atuava na época. Apesar de tentar atender ao pedido de Alexandre, o comunicador estava de férias e pediu para procurá-lo mais tarde. 

Mal o Jopa sabia que, neste meio-tempo, uma colega o convidou para estagiar na Eficácia. Depois de ser incentivado pela amiga e ter conversado com o publicitário que ficara de empregá-lo, tornou-se assistente de orçamentista. Casualmente, a empresa se encontrava em frente à Centro. Desde então, nunca mais saiu do meio da Comunicação trabalhando com produtoras. 

Amor pelas câmeras

Na Eficácia, após a chefe ser promovida, tornou-se orçamentista e, mais tarde, foi convidado para trabalhar em Atendimento de clientes diretos e com agências pequenas. Alexandre aceitou e até migrou para a área que atua até hoje. Após deixar a empresa, ficou alguns meses na ANT e, posteriormente, passou a colaborar na Cooperativa de Vídeo por seis anos. "Dali, só saí para montar a Brava, que completará 20 anos em 2023", relata, com orgulho, sobre o empreendimento que criou ao lado dos sócios Ana Paula Sanchez, Juarez Didio e Lordsir Cabreira de Oliveira, conhecido como Peninha.

Um dos grandes desafios pelo qual passou foi quando se deparou com a saída de um dos sócios. Em vez de fechar a empresa, resolveu comandá-la sozinho, ao comprar a parte dos outros proprietários. "Desde aquele momento, não tive mais financeiro e coordenação, com uma estrutura normal de produtora, porque resolvi não ter mais sede física. Isso em 2015, quando não era algo normal", aponta. A empreitada era enorme, pois havia muitas dúvidas dos clientes e fornecedores em relação aos passos dados por Alexandre, com o intuito de proporcionar um outro modelo de negócios.

"Isso foi desafiador, porque, a partir daquele momento, tive que gerenciar equipes diferentes e comecei a trabalhar efetivamente não somente no Atendimento", relembra. Apesar dos percalços, o formato trouxe momentos gratificantes, a exemplo de um trabalho realizado pela Brava, quando Alexandre trabalhava em Porto Alegre e o animador se encontrava em São Paulo, enquanto a produção foi renderizada na Alemanha.

Para ele, ter uma empresa é um constante desafio, principalmente no que tange às iniciativas ligadas ao varejo. "A área sempre esteve ligada na minha história profissional, mas há dificuldades, porque é preciso ter dinamismo, uma entrega rápida e efetividade."

Entre os momentos de maior satisfação, estão driblar as adversidades impostas pelo empreendedorismo, como comandar sozinho a Brava, além de ter sido convidado para ser sócio e fundar a produtora ao lado de colegas, visto que "é sinal de que foi reconhecido pelo trabalho realizado". Ainda conforme Alexandre, no meio em que atua, cada trabalho é uma realização, bem como saber que há clientes que o acompanham por muitos anos, como é o caso da Lojas Lebes. 

Trabalhador desde sempre

Ele se considera realizado profissionalmente? Alexandre é taxativo: "Com certeza! Amo meu trabalho e não me vejo fazendo outra coisa". Apesar disso, salienta que esteve à frente de outros negócios paralelamente, como um bar, o Homes, que era localizado na João Alfredo, Cidade Baixa, em Porto Alegre. Entretanto, deixou a sociedade algum tempo depois, pois se sentia muito cansado de trabalhar nos três turnos diariamente.

Então, embora amasse trabalhar na produção de vídeos, destaca que não significa que parará por aqui. Pelo contrário. O publicitário se diz aberto a novos desafios. Não é à toa que, atualmente, planeja ao lado da esposa, Aline Sanches, com quem está casado há 12 anos, um negócio fora do meio de atuação e que seja mais tranquilo. Na área profissional, inclusive, ainda salienta outra novidade: foi convidado para assumir uma diretoria de relacionamento com fornecedores da Associação Riograndense de Propaganda (ARP).

Nascido em 16 de novembro de 1972 e inquieto desde jovem, começou a trabalhar com 14 anos, segundo ele, "graças a Deus, não por necessidade, mas por não se sentir à vontade de não fazer nada. Durante as férias escolares, enquanto os amigos se divertiam na piscina de um clube, o filho mais velho de Dirceu Jaime e Marianne Gisela procurou um amigo do pai, que comandava uma fábrica de palitos, com o intuito de pedir para se tornar office boy durante o recesso escolar.

A veia trabalhadora não parou por aí. Quando mais velho, estava sempre comprando e trocando algo com alguém, como um aparelho de som, por exemplo. Além disso, toda vez que viajava ao Paraguai, trazia mercadorias com o objetivo de oferecer às pessoas para adquirirem. 

Fora do ar

Em uma rotina de pouco sono, na qual dorme tarde e acorda cedo, conta que a melhor parte do home office é poder parar um pouco, quando está muito atucanado, para brincar com os cachorros que adotou, Bela e Bud. Apesar de trabalhar em casa, em um tempo em que ainda não se conhecia a Covid-19, sempre saía para uma reunião ou para encontrar a família, mas com a pandemia, se resguardou mais em seu lar. 

O dia a dia ainda inclui cuidados com a saúde, como frequentar aulas de Pilates, realizar caminhadas e jogar tênis, bem como futebol - esporte, inclusive, que acompanha com frequência. Adora ir ao Beira-Rio assistir às partidas do Internacional, assim como confere o time pela televisão. Além disso, assim que consegue um tempo, zapeia no controle da telinha para encontrar alguma partida: desde a terceira divisão até os campeonatos europeus. O importante é ter onze homens para cada lado em campo e uma bola. 

Irmão mais velho de Ricardo e Aléxia, Alexandre adora ir ao cinema ao lado da esposa, além de acompanhar muitas séries com ela. Não possuem gêneros preferidos, porém buscam por indicações ou dão play em alguma produção que está sendo muito falada naquele momento. Todavia, nem sempre é uma boa opção, como com 'Cães de Aluguel'. "Até foi indicado ao Oscar. Mas é terrível! Talvez eu assista de novo, com outros olhos", conta, divertindo-se.

Entre as séries favoritas, estão 'Breaking Bad' e seu spin-off 'Better Call Saul', que, segundo ele, é a melhor produção do tipo que já assistiu, além de 'La Casa de Papel', 'Ozark', 'Chernobyl' e 'Gambito da Rainha'. Ainda constam na lista ' Stranger Things', 'The Crown' e 'O Homem das Castanhas'.

Aproveitar a vida

Eclético em relação à música, revela: "Escuto de tudo, mesmo. Tem que agradar ao ouvido e também ao momento", conta, ao salientar que a 'base' é mais em relação aos gêneros Pop e Rock, apesar do Sertanejo não deixar por menos. Frequentador assíduo de shows, já compareceu a vários. Na sua playlist, podem ser encontrados clássicos brasileiros dos anos 80, como Kid Abelha, Legião Urbana, Barão Vermelho e Cazuza, além dos estrangeiros Bruce Springsteen, Pink Floyd, Rolling Stones e Bob Dylan. E o setlist não para por aí. Ainda constam Rihanna, Dua Lipa, DJ Tiësto, Maná, Luis Fonsi, Maluma e Shakira.

Outra paixão de Alexandre é viajar, mais especificamente, visitar Buenos Aires. "Queremos conhecer outros lugares, mas não tem jeito, sempre acabamos voltando para lá", admite. Depois de muito tempo sem arrumar as malas, devido à pandemia, diz, empolgado, que ele e Aline estão programando uma viagem para logo. O destino? Bom, não é preciso nem responder. O casal gosta também bastante de frequentar lugares com praia, entretanto, com um porém: que o mar tenha água tranquila. Ou seja: "de Santa Catarina para cima".

Considerando como pior defeito o estresse e a maior qualidade a parceria que possui nas suas relações profissionais e pessoais, Alexandre almeja para o futuro continuar tocando a Brava no mercado por muitos anos, além de fazê-la crescer mais. Além disso, enquanto a empresa ocupa grande parte do seu tempo, deseja se dedicar mais à família e à esposa, com o objetivo de aproveitar mais a vida ao lado de quem ama.

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