Denise Polidori: Com brilho nos olhos

Jornalista que sonhava ser fotógrafa, Denise Polidori remonta seu universo particular e o caminho traçado até a comunicação empresarial

Por Karine Viana - 04/04/2014
De muita energia e vitalidade, além de ser facilmente adaptável, versátil, comunicativo e curioso. Com gosto especial por falar, ler e fazer diversas coisas ao mesmo tempo. São estas as principais características daquele que nasce sob o terceiro signo do zodíaco e, por consequência, não poderiam faltar na personalidade da jornalista Denise Nogueira Polidori.
Nascida em 17 de junho de 1982, a diretora-geral da Giornale carrega outro ponto atribuído aos geminianos: não gosta de solidão. Denise parece buscar, incessante, mas naturalmente, estar na companhia dos amigos e familiares. E para demonstrar que se importa com essas pessoas, encontra na cozinha sua melhor ferramenta: acredita que, ao preparar um prato, está dedicando um tempo, algo cada vez mais escasso, àqueles de quem gosta.
Embora tenha vindo ao mundo longe dos pampas, em Campinas, enquanto o pai, José Rubens Couto Polidori, fazia mestrado na cidade paulista, a jornalista não se considera menos gaúcha. Nem mesmo sob os comentários bairristas dos primos que costumam brincar que ela é ?importada?. Em Porto Alegre, desde que tinha apenas oito meses de idade, cresceu entre o meio urbano da capital gaúcha e o interior, em Pelotas, onde vive toda família.
Descoberta da imagem
Hoje uma das sócias da Giornale, empresa de conteúdo voltada a núcleos de projetos editoriais e endomarketing, Denise foi uma jovem inclinada a ser fotógrafa ou estudar cinema. O pai e o padrinho, embora engenheiro um, arquiteto o outro, tinham um laboratório de revelação, onde a jornalista cresceu e aprendeu a revelar fotografias em casa.
O olhar mais aguçado, creditado à aptidão pela fotografia, se revelou no seu trabalho em comunicação empresarial. "Sempre tive um ponto de vista inusitado, talvez isso tenha editado todos os projetos que fiz até hoje. Traduzi isso nos primeiros anos de comunicação corporativa", relembra.
A jornalista confessa que o texto não lhe atraiu em um primeiro momento. E o auxílio para se descobrir numa nova trajetória surgiu através do pai, quando Denise ainda cursava o último ano escolar. Embora o desejo da mãe, Sandra Maria Nogueira Polidori, fosse ver a filha advogando, foi nos corredores da agência Escala e da redação do Jornal do Comércio, quando o pai era gerente de marketing da Springer Carrier, que ela se descobriu.
O fato de nunca ter se identificado com o jornalismo de massa fez com que Denise se impressionasse com as palavras da relações-públicas Suzana Vellinho. "Na Escala, conversei com a Suzana. Ela falou muito sobre imagem da empresa e comunicação corporativa. Achei tudo incrível", revela.
Múltipla Denise
Antes de se descobrir empresária e se consolidar num ramo que lhe faz ter entusiasmo diariamente, pode-se dizer que Denise viveu a infância e a juventude com alguns paradoxos. Na mochila, carregava sapatilhas de ballet e chuteiras de futebol. Se dividia entre o grupo de jovens da igreja e o grêmio estudantil do colégio. Enquanto estava na Capital, gostava de ir ao cinema, sair à noite e frequentar as baladas. No entanto, nunca abriu mão dos banhos na praia do Laranjal e dos costumes mais interioranos.
Ainda hoje, Denise lembra com carinho os tempos de escola. Tanto que o grupo de amigos da época escolar continua a se reunir com frequência. Foi também nesse período que conheceu o marido, o publicitário André Azeredo, com quem tem um menino, o Lucas, de 10 anos. "Tive uma infância e uma adolescência muito vividas. Hoje tenho uma preocupação muito grande em proporcionar isso para o meu filho, mas sei que não é a mesma coisa", admite.
Fã de Woody Allen e Scorsese e ouvindo de Rolling Stones a Kings Of Leon, a jornalista não se importa de confessar que também escuta Justin Timberlake, um hábito influenciado pelo filho. Aliás, o pequeno Lucas é parceiro das atividades dos pais, que vão de piqueniques noturnos a filmes e shows.
Dos ensinamentos
Lucas, do latim, significa luz, nome que não foi escolhido ao acaso. Com uma gravidez precoce, aos 20 anos, não planejada, mas extremamente esperada, como a jornalista gosta de frisar, Denise estava no sexto mês de gravidez quando perdeu o pai, vítima de um câncer. O casal estava em pleno projeto de crescimento. Ela ainda estagiária e prestes a concluir a faculdade, mas já com uma proposta de compor uma sociedade.
A vinda do libriano Lucas, que em outubro completa 11 anos, foi quase uma revolução. "Meu pai já estava muito doente. O nascimento do Lucas foi uma bênção em um momento de desafio", se emociona. "Ele veio ser luz, por isso a escolha do nome. Meu filho é incrível e superespecial, é o reequilíbrio lá de casa, a luz da nossa vida", acrescenta.
Embora traga na aparência os traços do pai, com exceção dos olhos azuis, não foram só as características físicas as únicas heranças do senhor Polidori. "Edito minha vida pelos valores que meus pais me deram. E é isso que determina tudo que faço, minhas relações com meu filho, com o garçom, com minhas sócias e com os meus clientes", afirma. Da mãe, a professora de Educação Física aposentada, carrega a determinação, enquanto do pai, o senso de gentileza e generosidade é uma das lições.
Realização profissional
Completamente realizada com o trabalho, Denise relembra o primeiro grande desafio profissional, que foi gerir uma equipe, formada hoje por mais de 30 profissionais. A jornalista chegou à Giornale ainda muito jovem, como estagiária, após uma passagem pela Corag. Aos 21, o primeiro cargo de coordenação, quando fazia a gestão de núcleo de projetos especiais. O segundo desafio foi a sociedade, o que caracteriza também como um prazer, facilitado pela sinergia que tem com as sócias, Fernanda Garcia e Roberta Muradás.
Engraçada, divertida e alto-astral em família, Denise leva essas qualidades também ao local de trabalho. Considera, muito além de sua capacidade de se comunicar, seu gosto por ouvir histórias e de conversar olho no olho, um método valioso para resolver qualquer problema. Para o amanhã, ela, que diz que o medo não lhe intimida, espera por algo ainda melhor. Motivada por projetos diferentes, para o futuro ela acredita: "Quando eu perder esse brilho no olho, essa vontade, é porque eu não devo mais entrar em campo, é quando devo ficar em casa".
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