Filipe Speck: verdadeiro líder e mobilizador

Profissional gosta de transitar de maneira intensa e madura pelo limite entre a Comunicação e a gestão

Filipe Speck leva a carreira de Jornalismo como, de fato, ela merece (e costuma ser): pulsante de amor e com a vontade de mudar o mundo. Pragmático e decisivo nas ações, o profissional é rock 'n' roll nas veias e não tem medo de fazer e inovar. Nem demais, nem de menos, mas o que mais gosta é transitar de maneira madura pelo limite entre a Comunicação e a gestão, de modo a colocar em prática tudo aquilo que imaginou ainda jovem. Se coloca como um verdadeiro líder e mobilizador das pessoas que administra, pois acredita no potencial de cada uma delas. 

Essa metamorfose está desde muito cedo na vida do Filipe. O cara é daqueles que não para, tanto na carreira profissional quanto na pessoal. Isso porque ele é catarinense de certidão, manezinho de formação acadêmica e gaúcho de coração. Na Capital, consolidou-se profissionalmente e, ainda, constituiu família. Em 2019, ele criou o Matinal Jornalismo, ao lado dos jornalistas Tiago Medina e Paulo Serpa. Hoje, é um dos profissionais que está à frente da gestão da plataforma.

Filipe pode ser reconhecido, e até se considera, uma pessoa perfeccionista nas decisões, para que tudo dê certo. Mas é, também, daqueles que se contentam apenas com coisas simples. "Um bom e singelo xis-salada já está de bom tamanho." É, ainda, daqueles que militam pelo lado humano das pessoas, no que se refere às preocupações sinceras, como: "Oi, está tudo bem mesmo?". Por vezes, ainda gosta de "quebrar o gelo" para ingressar logo em uma conversa e fazer mais uma conexão. 

Além disso, para administrar essa rotina agitada e cheia de compromissos, é necessário ter uma pequena organização, embora ele acredite não ter o suficiente. "Preciso melhorar ainda neste ponto, minha vida parece uma bagunça", comenta, aos risos. Para gerenciar tudo, é preciso levantar da cama às 4h30, todos os dias, para iniciar os afazeres do Matinal. Perto das 7h, a família desperta e, a partir disso, iniciam-se as primeiras atividades familiares, como: levar o filho Joaquim, de quase dois anos, para a escola. O menino é fruto do relacionamento com a sua parceira de vida, a advogada Amanda Moreno.  

Apreço pela cidade natal 

Nascido e criado no município de Içara, em Santa Catarina, o filho mais velho do jornalista Edson Speck e da professora Eloisa Valvassori teve uma infância cheia de amor. Da época, ele recorda que as brincadeiras eram as mais saudáveis possíveis. Por se tratar de uma cidade pequena, localizada a poucos minutos de Criciúma, muitas crianças se conheciam e, por isso, davam-se bem no dia a dia. "Não havia restrições para se andar nas ruas, pois era algo natural e seguro", comenta. 

Ele acredita ser um privilegiado por ter vivenciado rotinas como essa, pois pode experimentar situações atípicas para os garotos da cidade grande. "Eu tenho um apreço pela minha cidade natal." Também marcaram a sua época os finais de tarde na casa da avó, após a escola, enquanto aguardava a chegada dos pais, que iam buscá-lo depois do trabalho. 

Aqueles momentos, conforme o jornalista, eram únicos e inesquecíveis, pois, na localidade, havia outras crianças de sua idade que o convidavam para jogar futebol. "Jogava pessimamente, inclusive", diverte-se ao recordar. Nos finais de tarde, a turma ia a um terreno baldio, a fim de caçar algumas galinhas que ficavam naquela propriedade. 

Construção do empreendedor

Pode até ser por acaso, mas, segundo Filipe, a vontade de empreender surgiu quando criança, ao ouvir uma frase: "Se quiser ser alguém na vida, leia muito e guarde dinheiro, de preferência, dólar", lembra. A partir disso, percebeu que seria uma pessoa diferenciada quanto ao futuro e planejamento. Decidiu que experimentaria ganhar o seu primeiro dinheiro e, ainda, comprar suas próprias coisas. 

E foi por incentivo da avó, que tinha uma criação de galinhas, que iniciou um pequeno negócio na cidade. Ela o motivou a vender ovos para alguns compradores da região e, em contrapartida, ele poderia ficar com boa parte da arrecadação. No entanto, muito além de empreender, ele sentia que devia contribuir mais para a sociedade e mostrar que, por meio da educação, mudaria o mundo. 

Foi quando encontrou na Comunicação a forma para se expressar e passar essa mensagem. Formado em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Filipe iniciou a carreira na cidade de Florianópolis, onde enfrentou os primeiros passos profissionais.  

Logo após se formar e ver que não tinha emprego para atuar, procurou ajuda do pai e questionou: "E agora, o que eu posso fazer?". Foi nesse momento que o patriarca comentou sobre um pequeno jornal impresso de Içara, que pertencia a um amigo, e sugeriu a compra de parte da empresa. Desse modo, foi responsável por ajudar a operacionalizar a relatar os acontecimentos da cidade no jornal 'Agora'. "Foi uma grande experiência e uma pequena parcela de contribuição para a sociedade", conta.

No jornal, entretanto, observou de perto a ascensão do digital e a extinção do impresso e, a partir disso, começou um projeto para leitura em tablets, em uma resposta à pressão midiática. Foi quando surgiu a oportunidade de ir para Porto Alegre e levar a ideia para a Zero Hora. Lá, apresentou a proposta para ingressar na empresa, onde aprendeu a se desenvolver no ambiente de lideranças. 

Assumiu e colocou em prática projetos e teve êxito em diversos outros nos ambientes experimentais, digitais e em métricas de negócios de planejamento de mídia e conteúdo, entre outras funções de gestão. "Me desenvolvi ainda mais como gestor na RBS", avalia. Após alguns conhecimentos necessários para abrir o seu próprio negócio, fundou o Matinal Jornalismo. 

Começo no aeroporto

Uma das histórias que mais se orgulha de contar é a da consolidação de seu casamento. Aliás, foi no Grupo RBS que surgiu o cupido do casal. Um amigo em comum foi o responsável pelo seu relacionamento com a Amanda. Pela forte influência, eles acabaram conversando por meio das redes sociais e se aproximando cada vez mais. Mas o grande encontro mesmo ocorreu em um lugar diferente. Por considerar mais seguro, a futura esposa pediu para que se encontrassem no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. 

O casal ficou por horas no local, conversando sobre possíveis viagens que os dois poderiam fazer futuramente. A conversa, que se iniciou à noite, durou até as 7h da manhã. "Era um lugar aberto em que poderíamos ficar mais reservados, além de ser um ótimo ambiente para sonhar." Segundo Filipe, era bom imaginar diversas travessias e enxergar a conexão da cidade com o mundo.

Depois desse dia, eles não se desgrudaram mais e, hoje, estão casados há sete anos. O fruto da relação foi o filho e, junto disso, o aprendizado em ser pai. Para ele, ser pai não é difícil, pois a sociedade cria estigma de como as coisas podem mudar. "Na verdade, elas julgam e trazem sensações estranhas e, por vezes, traumáticas." Conforme Filipe, ser pai é algo encantador, porque é enxergar e ressignificar os sentidos de um ser que está se construindo junto dos pais. "É lindo ver o conhecimento do mundo."

Paixão pela Música

Composição é uma das coisas que mais gosta de fazer. Desde criança, foi influenciado pela música e, com ela, leva a vida com trilhas sonoras que o marcaram quando jovem, como, por exemplo, a banda norte-americana Foo Fighters, que teve grandes hits cantados na juventude do seu tempo. Da adolescência, inclusive, relembra o momento em que aprendeu a tocar violão, muito por influência do pai. "Ele comprava em bancas de jornais aqueles caderninhos de cifras e hoje eu toco mais que ele", gaba-se, aos risos. 

A partir daquele momento, a música passou a fazer, ainda mais, parte da vida do Filipe. Por volta dos 13 anos de idade, foi convidado para participar da sua primeira banda de jovens. Ainda inexperientes, o conjunto não durou muito tempo. Alguns anos depois, ele criou, junto dos amigos, a banda Os Vizinhos da Glória, uma homenagem à amiga que emprestava a garagem da sua casa para os meninos ensaiarem. O grupo se tornou uma referência entre a comunidade que curtia um rock 'n' roll jovem. 

A banda chegou a participar de festivais e até gravou algumas faixas musicais, com direito a aparições em rádios e televisões. Nos dias atuais, ainda se dedica às composições e disponibiliza músicas autorais na plataforma Spotify. Um dos grandes momentos da carreira musical aconteceu em 2018, quando lançou a faixa 'Juventude', da trilogia 'História do Esquecimento', que contou com shows até em Lisboa, Portugal, na época em que Filipe residiu por lá. O estilo musical é voltado ao seu gosto pessoal, que varia entre o jazz e a Música Popular Brasileira (MPB).

"Conhecimento é vida"

Leitor voraz, os estudos são a segunda paixão de Filipe. Sempre com o propósito de mudar e conscientizar as pessoas, ele acredita que tem uma missão para passar; no entanto, necessita adquirir ainda mais conhecimento para isso. Em um futuro próximo, o jornalista se dedicará a um grupo de estudos sobre mitologia grega. "Estou mergulhado nesse tema de modo a me aprofundar ainda mais e, quem sabe, extrair conhecimento para criar possíveis projetos para o futuro", revela. 

Além disso, ele considera que tudo isso pode interferir em relações pessoais, assim como o tornar mais humano ainda. "O conhecimento é vida", enaltece. Ensinamentos adquiridos por parte de pesquisas científicas, assim como livros, já o fizeram refletir sobre outras profissões que, possivelmente, seguiria com tranquilidade, como a de diplomata, por exemplo. Ele acredita ser uma função muito honrosa, por se tratar de um indivíduo que tem de ser capaz de bem representar o seu país perante a comunidade de nações. 

Na vida do jornalista, ele exalta a participação de todos os gestores que passaram pela sua carreira profissional, pois, de acordo com ele, foram os grandes responsáveis por ser o que é nos dias atuais, de modo a continuar sendo um sonhador. Para o futuro, o que Filipe deseja é sensibilizar, ainda mais, as pessoas por meio da Comunicação. Além disso, espera continuar a ver o crescimento do Matinal Jornalismo, bem como passar adiante os diversos conhecimentos que adquiriu durante a carreira e resgatar tantos outros. "Sonhar e resgatar, em todos, a missão de mudar e melhorar o mundo", finaliza. 

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