Grazielle Araujo: Tranquila como um furacão

Jornalista, inquieta, positiva e alegre, a coordenadora de Comunicação Social da Casa Civil do Rio Grande do Sul está no auge da carreira

Grazi Araujo - Nabor Goulart

Foi ainda criança que a coordenadora de Comunicação Social da Casa Civil do Rio Grande do Sul, Grazielle Corrêa de Araujo, teve seu primeiro contato com o Jornalismo. Era comum vê-la nas Assessorias de Imprensa de diversos órgãos em que o pai, o também jornalista Sérgio Maciel de Araújo, trabalhou. "Quando eu não tinha aula, ele me levava para o trabalho e eu ficava lá, brincando na máquina de escrever. E adorava", lembra.

A primeira filha da massoterapeuta Giane Roberta Correa nasceu no dia de Natal, 25 de dezembro, em 1984. Da infância, ela recorda também os verões que passava na praia, em Pinhal, e na casa dos avós paternos. Além disso, lembra também das idas ao antigo Estádio Olímpico, com o pai, para assistir aos jogos do time do coração: o Grêmio.

Casada com o enfermeiro Rafael Nascimento, conta que conheceu o marido na academia, em 2007. Grazi, como gosta de ser chamada, recorda até hoje que ele estava tomando água, quando se olharam e pareceu que o mundo parou. Depois disso, tornaram-se amigos e só foram ficar um tempo depois, na praia de Xangri-Lá, mas depois, garante, não se largaram mais.

Quando já estavam juntos por quatro anos, decidiram dividir o mesmo teto e ter um filho. Um mês depois de parar de tomar anticoncepcional, o Vitor estava a caminho. O nome dele, porém, já estava escolhido desde o início do namoro.  Com oito anos, o pequeno é descrito por Grazi como um menino muito parceiro, inteligente e que a enche de orgulho. A família se completa com o mascote Bolt, um bulldog francês de três anos, que é considerado por ela como o filho mais novo.

Nos dias de folga, a irmã mais velha do publicitário João Pedro conta que sempre foi muito de ir para rua, mas agora está mais caseira. Gosta de curtir o lar, deitar no sofá, brincar com o filho ou o cachorro, fazer churrasco e ficar em família. No entanto, também gosta de sair para beber cerveja ou espumante com o marido, ir a alguma festa, ao parque ou praça, tomar chimarrão e pedalar pela Orla do Gasômetro. Quando dá tempo (e a profissão do Rafa permite), o quarteto adora fugir para o litoral.

Cartas e gratidão

Formada em Jornalismo pela Unisinos, em 2006, tem pós-graduação em Marketing de Serviços pela ESPM e MBA em Comunicação Integrada, pela Universidade Cândido Mendes, no Rio de Janeiro. Além disso, está cursando mais um MBA em Marketing Político, na Universidade Estácio de Sá, também naquele estado. A paixão pela Comunicação vem desde pequena, pois sempre adorou escrever e lembra-se de ainda criança se comunicar bastante com amigas, vizinhas e também com o pai, que viajava frequentemente a trabalho, por cartas. Na escola, as professoras de Português costumavam elogiar muito seus textos e redação. Porém, se não tivesse cursado esta área, talvez Grazi pudesse ter sido veterinária, mas de bichos de pequeno porte.

Revela que tem muita gratidão pelas pessoas que a cercam e pela vida. Que não se cansa de agradecer e que, em casa, tem o costume de fazer uma oração todas as noites com o filho. "Sempre falo ao Vitor que não adianta só rezarmos, temos que conversar com Deus. Por isso, sempre quando terminamos, agradecemos pelo dia e pela oportunidade de acordar amanhã com saúde. Eu tenho muito disso e levei para dentro de casa", explica.

Grazi também é muito ligada com as questões de energia, tanto é que em uma das suas 11 tatuagens está escrito: "Tudo é energia!". E lembra que sempre teve sorte de ter pessoas com boas energias por perto, que a colocassem para cima e que, se tivessem algum erro a apontar, o faziam de forma que se transformasse em incentivo, não em crítica.

Criada na Igreja Católica, declara que estudou em colégio católico, porém que é neta de uma Mãe de Santo, avó que já faleceu; contudo, a considerava como mãe. Foi criada no local onde tinha um Centro de Umbanda. Devota de Iemanjá, diz ainda que frequenta o Centro Espírita Casa de João Pedro, que acredita muito em Deus e tem muita fé. "Acho que Deus é quem manda em tudo, independentemente do nome que alguém dê, é Ele que está ali. Respeito todas religiões e todos os santos", confessa.

Nadar, pedalar e lutar

Dos exercícios físicos, o que mais gosta é nadar e pedalar. A natação acontece três vezes por semana, no clube União. Já as pedaladas são realizadas aos finais de semana, em família ou sozinha mesmo, dependendo da vontade de Vitor, o casal se reveza. Além disso, há dois anos, começou a treinar Muay Thai e, em casa, está sempre fazendo abdominal, agachamento ou passada, não exatamente pela busca do corpo perfeito, mas por saúde mesmo, para se sentir bem. Nada a impede, entretanto, de comer seus pratos favoritos: churrasco, sushi e arroz branco. Também tem algo que não abre mão todos os dias: o seu Nescau antes de sair de casa. Ama café e toma ao longo do dia, mas o achocolatado da manhã é obrigatório.

Como qualidade, destaca que sempre vê o lado bom das coisas, que é uma pessoa muito positiva, costuma achar que as coisas que acontecem são lição. Já como defeito, reconhece que se considera muito metida. Metida no lado positivo de tentar resolver, mas que isso acaba atrapalhando tanto profissionalmente como no convívio social, de querer resolver tudo. No entanto, este defeito também pode ser considerado uma qualidade. Porém, a falta de paciência é destacada mesmo como "um baita defeito". 

Culpando-se por ler menos que deveria, Grazi diz que, além dos jornais diários, gosta muito de consumir Marketing e Comunicação, e entre as leituras diárias, estão as infantis com o Vitor e os livros do filósofo Mario Sergio Cortella. O último que leu foi 'Felicidade: Modos de usar', que, além de Cortella, ainda conta com outros dois pensadores, Leandro Karnal e Luiz Felipe Pondé.

Fã de pagode e reggae, admite gostar de Arlindo Cruz, Thiaguinho e Natiruts. Da sétima arte, ressalta que aprecia "filme de mulherzinha", comédias românticas, suspense e muitos infantis, até em função do Vitor, mas o que não curte mesmo é de filmes de ficção. Aficionada por produções brasileiras, destaca a série nacional 'Irmandade', a qual assistiu por último no Netflix.

Definindo-se como inquieta, conta que ganhou recentemente o apelido de "Furacão" e que não poderia ter sido melhor, mas que, de uns anos para cá, tem sentido falta de parar um pouco e ter um tempo para ela mesmo. Então, há dois meses começou a fazer terapia e está gostando, pois está conseguindo se dar esse tempo. "Vejo como positivo o fato de ser inquieta, pois faço as coisas acontecerem. Sou agora. Não deixo nada para depois", orgulha-se.

Entre idas e vindas

Desde sempre cheia de iniciativa, Grazi começou a carreira fazendo estágio na Assembleia Legislativa do Estado, aos 18 anos. Como fazia clipagem e tinha que chegar muito cedo, não estava muito feliz no local. Então, um dia, chegou o repórter Gustavo Mottta convidando para trabalhar na rádio da Assembleia. Pulou na frente dos outros estagiários e conquistou a vaga. Adorou o desafio, aprendeu muito com o colega e também com a prática, em situações como o velório do político Leonel Brizola.

Passou ainda pela Secretaria de Comunicação do Estado (Secom), onde diz que aprendeu a escrever com o jornalista Sidney de Jesus. Formou-se e foi trabalhar na Uffizi Comunicação e Relacionamento, como atendimento da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL), local para onde voltou um tempo depois, mas, desta vez, para assumir a coordenação de Comunicação da entidade, quase ao mesmo tempo em que descobriu que se tornaria mãe. "O Vilson Nöer era o presidente e o melhor chefe do mundo até hoje e foi quem me convidou", derrete-se. Antes, porém, trabalhou na Agência Centro, a convite do diretor Tadeu Viapiana, que a incentivou a atuar na área de planejamento e financiou sua primeira especialização em Marketing.

Quando Vitor já estava com dois anos, saiu do CDL e voltou para Ufizzi, agora para assumir como coordenadora de Jornalismo. Teve ainda passagens pela extinta Martins+Andrade Comunicação, pelo Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria e de Massas Alimentícias e Biscoitos do Rio Grande do Sul (Sindipan/RS), até assumir como coordenadora de Comunicação no Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul (IPE/RS) e, posteriormente, como chefe de gabinete do então presidente do IPE Saúde, João Gabbardo dos Reis, a quem tece elogios. Além disso, desde 2105, é colunista do portal Coletiva.net. De lá para cá, toda semana tem um texto novo da Grazi no ar e, por isso, ela se tornou mais observadora.

Entre suas referências, estão o jornalista Almir Freitas, o pai Sérgio Araújo, a jornalista e amiga Giane Guerra, o ex-chefe Vilson Nöer, o atual, Otomar Vivian, e a escritora Martha Medeiros, a quem diz que se espelhou no jeito de escrever para contar suas histórias. Realizada, compartilha que sente como se a vida tivesse zerado, com o filho criado para o bem, o casamento consolidado e o reconhecimento profissional no auge. "Eu tenho tudo. Se eu viver assim até o fim, está ótimo", emociona-se.

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