Reinaldo Lopes: O ex-atleta que foi vencer na propaganda

 Se não trabalhasse com propaganda, ele seria jogador de futebol. Desde guri, integrou o time juvenil do Grêmio e jogou no profissional do São …

 Se não trabalhasse com propaganda, ele seria jogador de futebol. Desde guri, integrou o time juvenil do Grêmio e jogou no profissional do São José, além de ter atuado em teatro durante três anos. "Acho que hoje em dia eu já seria treinador", reflete. Porém, uma lesão no joelho e a aprovação no vestibular para Relações Públicas levaram-no a uma mudança de planos, e Reinaldo dos Santos Lopes acabou tornando-se publicitário, em uma carreira feita praticamente toda na Escala, onde hoje é sócio-diretor. Entrou na agência como assistente de RP, aos 22 anos, foi para o atendimento após algum tempo, e de lá nunca mais saiu. "Queria tanto trabalhar numa agência que troquei o emprego na empresa do meu pai, onde recebia uns dez salários mínimos, pelo estágio de dois salários mínimos". Seu perfil de empresário começou a se formar durante um intercâmbio que fez nos Estados Unidos, onde, além do idioma, aprendeu que deveria freqüentar outra faculdade. "Os cursos americanos são basicamente de Administração com especialização em Comunicação. Como isso não existe no Brasil, percebi que poderia complementar meu currículo fazendo Administração de Empresas". Na filosofia de Reinaldo, nunca é tarde para começar algo. "Sou superdedicado, quando ponho uma coisa na cabeça, eu faço". Aprendeu a tocar piano aos 36 anos e, com apenas dois anos de prática de golfe, já está disputando campeonatos. "Se eu não fosse publicitário, diria que tenho 48 anos; como eu sou, digo que sou 4.8 turbo".
O que você quer ser quando crescer?
O futebol sempre foi sua primeira opção. "Eu adorava jogar futebol, jogava bem mesmo, modéstia à parte, tinha disposição, velocidade, energia". Mas uma cirurgia no joelho, aos 17 anos, extraiu o menisco, e junto com ele boa parte da sua segurança em campo. Também estava cansado da disciplina exigida pela rotina de treinos, maratonas, coletivos e trabalhos táticos. "Qualquer excesso prejudicava o desempenho, o chope do domingo me custava muito caro no dia seguinte". O vestibular foi a gota d´água. Impedido de conciliar colégio, treinos e cursinho, acabou arranjando um emprego de meio-turno no Banrisul - e ainda contribuiu para a conquista do campeonato bancário daquele ano. "Precisava trabalhar a metade e ganhar o dobro, para poder pagar o cursinho". Embora o acordo com o clube previsse seu retorno no ano seguinte, a faculdade passou a ser prioridade. Chegou a ser inscrito no Campeonato Brasileiro daquele ano, 1975 - na época ainda era permitida a participação de cinco amadores - mas acabou passando no vestibular e sua vida tomou outro rumo. Começou o curso na Famecos, fez um intercâmbio nos Estados Unidos, trabalhou na empresa do pai durante um ano até que, em 1977, entrou para o time da Escala. Garante que não se arrepende de nenhum destes passos, sendo que o time do coração manteve vínculo permanente: "Sou torcedor, tenho estado bem próximo do Grêmio ultimamente e espero no futuro estar ainda mais".
Hora do intervalo
Como exercício para ele é "oxigênio", montou uma academia em casa, onde faz caminhadas e musculação todos os dias às 7 da manhã. "É um prazer para mim, uma forma de relaxar, ficar sozinho, pensar na vida, ouvir música". Além disso, há dois anos descobriu o golfe, "que eu posso jogar até os 80 anos". Gostou tanto do esporte que está pensando em se mudar para sua casa no condomínio Terraville, que a princípio era para ser apenas um refúgio de fim de semana. E já festeja: "Eu vou morar dentro do campo de golfe". Quando não está em campo - do esporte ou da propaganda -, Reinaldo é um cozinheiro dedicado, fã de filmes de suspense e ação, parceiro de pescarias. "Sou apaixonado por água, mar". No verão, seu destino é a casa de praia em Imbé. Quando consegue conciliar as agendas, faz viagens curtas com a esposa, Marli - sua companheira há 24 anos -, e o único filho, Carlos Reinaldo, de 19 anos. "Tenho utilizado as minhas férias para estudar. Em 2001, passei um mês em Boston e pretendo repetir em outubro". Um grande desafio para 2003 é o Festival Mundial de Publicidade, que acontece em junho, em Gramado - do qual ele é presidente. Além de esperar um bom desempenho na Escala no evento, busca concretizar as metas de crescimento e expansão da agência, estipuladas pela diretoria ao final de cada ano. "Não tem graça jogar boliche sem olhar para os pinos. O objetivo é ver eles caírem".

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