O futuro da reportagem: jornalismo de imersão

Meia hora antes do início da apresentação de Nonny de la Peña no SXSW, mais da metade do auditório, de 600 lugares, já estava ocupada

13/03/2018 16:57

Por Letícia Duarte

Meia hora antes de iniciar a apresentação de Nonny de la Peña no SXSW, mais da metade do auditório, com 600 lugares, já estava ocupada. Considerada a 'madrinha da realidade virtual', jornalista é uma das pioneiras do jornalismo de imersão. Depois de trabalhar para veículos tradicionais como o jornal New York Times e a revista Newsweek, ela dirige, hoje, sua própria empresa, a Emblematic Group, uma companhia de mídia digital focada em experiência virtual imersiva, combinada com realidade aumentada.

Ela começou a palestra mostrando no telão vídeos de alguns dos trabalhos que a consagraram. Um dos diferenciais de sua produção é que a alta tecnologia não é utilizada como recurso de entretenimento, mas para ajudar o leitor a entender de temas sociais densos, desde questões como assédio sexual até a guerra na Síria. Um dos primeiros trabalhos de realidade virtual foi uma peça sobre a prisão de Guantánamo, em 2007. "Como ter acesso a um lugar onde o acesso é proibido? Fizemos isso construindo uma versão virtual de Guantánamo, tornando a prisão acessível", contou.

Em outro trabalho, mais recente, ela usou a tecnologia para ajudar o leitor a sentir o que estava acontecendo na Síria. "Com a realidade virtual, conseguimos colocar o leitor no meio da cena, possibilitando que ele possa ver a realidade seus próprios olhos", explicou.

Fundadora do Emblematic Group and New America Fellow, Nonny é reconhecida como uma jornalista visionária que está redefinindo os padrões de como a criatividade humana e a tecnologia podem trabalhar juntas para criar narrativas envolventes e que mudam a vida das pessoas. "Não podemos mais separar as coisas. Precisamos do lado humano para criar a realidade virtual, e ela pode reforçar o engajamento das pessoas com os temas mais importantes", analisou.