Como transformar a experiência no cinema?

Três especialistas na área de Storytelling responderam a esta pergunta

Rheiner, Brin, Weber e Ruffo - Divulgação/Coletiva.net

Por Gabriela Boesel, enviada especial ao SXSW

Cerca de 400 pessoas assistiram ao painel Reimagining the Cinema Experience (Repensando a experiência no cinema, em tradução livre), que ocorreu no Ballroom G, do Centro de Convenções de Austin, neste sábado, 9. O assunto foi debatido por três especialistas em Storytelling: Sarah Brin (gerente de programação de storytelling digital da Meow Wolf - grupo artístico e de entretenimento baseado em Santa Fe, no Novo México (EUA)), Max Rheiner (fundador do Somniacs AG) e Tobias Weber (diretor da CtrlMovie Ltda).

Sob a condução do escritor e jornalista suíço Nicola Ruffo, que é gerente de programas públicos da Swissnex, em San Francisco (EUA), o trio apresentou seus projetos ao público. Atuante na Universidade de Artes de Zurique, Rheiner contou como criou um protótipo para similar a experiência de voar, a partir da ideia de que, na maioria dos filmes, sempre tem alguém voando. A máquina foi entregue para museus interativos, permitindo que as pessoas simulem um voo com realidade virtual.

Por sua vez, Brin explicou como são desenvolvidas as experiências proporcionadas pela Meow Wolf. "Criar não é só visual e não é só contar histórias, é pensar em todo um universo", mencionou. Segundo ela, o Storytelling deve cruzar todas as plataformas, pois experiências não são lineares e as pessoas escolhem seu próprio caminho. O projeto, criado em 2008, desenvolve espaços físicos, nos quais as pessoas podem fazer seu próprio Storytelling.

Fundados da CtrlMovie, Weber afirmou que, desde o surgimento do cinema muitas coisas mudaram. "Hoje, entendemos que é melhor ficar em casa, pois não precisa pagar ingresso, para o filme a hora que quer, e, o principal, não tem interação social", listou. No entanto, ele relembrou alguns avanços da sétima arte, como a introdução de som, de cor, de 3D, e, por fim, do 4DX. Atualmente, o que vem ganhando espaço é a interação com o público. "Temos que focar na escolha, permitindo que o espectador construa a história e se sinta participante". De acordo com Weber, o aplicativo permite que as pessoas se engajem com o filme antes, durante e depois. Ele adiantou que 10 filmes deste tipo estão em produção e devem chegar logo aos cinemas.

Após as apresentações, o público fez algumas perguntas aos painelistas. Uma delas se referia aos valores de investimento de cada projeto apresentado. Weber foi o único que revelou a informação: para que um cinema receba um filme interativo, é preciso investir cerca de US$ 25 mil. O fundador do CtrlMovie também respondeu a uma pergunta sobre dados coletados dos usuários a partir do app. "Isso nos ajuda a saber mais das pessoas a partir de suas escolhas. Assim, conseguimos sempre melhorar as experiências", informou, garantindo, ainda, que os dados não são repassados a nenhuma outra empresa.  

O SXSW é um conjunto de festivais de cinema, música e tecnologia, que acontece anualmente desde 1987. A cobertura internacional de Coletiva.net é proporcionada pelo apoio das marcas Banrisul e Dinamize.

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