Investir no potencial dos funcionários, conhecer leitores e clientes, estar atento às necessidades e tendências. Estes foram alguns dos conselhos da gerente de Novos Negócios do Grupo A Tarde, da Bahia, Ana Carolina Casais, que ministrou a palestra 'Mídias Digitais e Jornais: Aliados ou Rivais?'. A conferencista iniciou sua fala criticando a "miopia de marketing". Segundo ela, a "visão curta" impede as empresas de definir possibilidades de mercado. "A credibilidade não está relacionada com a plataforma da informação e, sim, com a marca. Jornais e revistas estão perdendo penetração, enquanto internet vem ganhando. Precisamos aumentar capilaridade da marca, pois o passado não é garantia de futuro", ressaltou.
Ana Carolina também trouxe dados de uma pesquisa apresentada na Associação Nacional dos Jornais (ANJ), em que os sites de entretenimento dominaram a preferência dos entrevistados. "A mídia impressa não é atraente para as novas gerações. Temos que renovar e entender as necessidades do público ao invés de ficar dando murro em ponta de faca", afirmou.
A profissional ainda relatou como se deu o processo de digitalização no quase centenário jornal baiano. O desconhecimento das agências e a desconfiança dos anunciantes foram algumas das dificuldades encontradas. Entretanto, a busca por vendedores para a web, o trabalho com metas e incentivos, o treinamento de jornalistas e a divulgação dos resultados ajudaram a superar os percalços iniciais. "Hoje, o A Tarde online tem mais de 22 milhões de page views mensais, além de contar com equipe comercial unificada, redação integrada e conteúdo colaborativo."
Em dezembro de 2008, o veículo foi o primeiro no país a trabalhar com QR Code (código de barras em 2d), que, ao ser posicionado sob um leitor, oferece conteúdo multimídia, como vídeo e galeria de fotos. "O jornal que era intitulado como o veículo que noticia o ontem, passou a informar em tempo real", avaliou.