Ativista critica a neutralidade de meios de comunicação

Para Leila Nachawati, esse tipo de atitude beneficia os regimes autoritários

Jornalista, estrategista de comunicação, ativista dos direitos humanos e professora da Universidade Carlos III, de Madrid, a espanhola Leila Nachawati palestrou hoje, 19, no 25º SET Universitário. Sobre o tema 'Liberdade de expressão e novas formas de comunicação em regimes repressivos', ela afirmou que vê na internet uma possibilidade de comunicação, principalmente como meio de transpor as barreiras físicas e repressoras dos regimes autoritários. "Um governo que silencia e assassina jornalistas tem que ser silenciado pelos jornalistas", afirmou, ao criticar a neutralidade de determinados meios de comunicação, em relação aos conflitos ideológicos dos países em regime autoritário. "A neutralidade beneficia os mais fortes", completou.
Filha de um sírio com uma espanhola, Leila viveu em Damasco na infância. Quando se mudou para a Espanha, percebeu o contraste da liberdade que a mídia e os jornalistas têm na Europa, comparado ao lugar de onde veio, regido por um governo repressivo. Ela relatou que, ainda sob o domínio psicológico vivenciado na Síria, evitava falar sobre o país por medo de represálias, mas, em solidariedade ao seu povo, optou por se expressar. Em um blog, ela dá espaço especial aos vídeos de manifestações pacíficas e, pelo Twitter, mantém um canal aberto de comunicação para discutir e divulgar campanhas em prol da liberdade de expressão.
Para Leila, as plataformas sociais devem ser vistas como um espaço para manifestação do povo e uma poderosa fonte de informações para o regime. Por isso, a ativista apresentou exemplos de países em que, depois de muitos anos de silêncio midiático internacional, os cidadãos resolveram usar as redes sociais como ferramenta de voz. Bahrain, Palestina, Síria, Arábia Saudita e China são lugares, de acordo com Leila, onde liberdade de expressão é praticamente uma utopia. 
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