Designer de interatividade do jornal inglês The Guardian, a portuguesa Mariana Santos marcou presença no 25° SET Universitário, onde apresentou projetos que integram o conceito de open journalism: muitos, incluindo os leitores, constroem a notícia sob pontos de vista diferentes, mediados pelo repórter. Integrante da equipe que conta histórias através de base de dados visuais e interfaces interativas, a designer revelou que sempre teve paixão por tecnologia e arte.
Mariana mostrou exemplos de trabalhos do The Guardian e de outros jornais, como montagens de gráficos animados para explicar dados complexos e notícias que produzem mapas em 3D com anotações editoriais e outros tipos de mídias. As forças sociais e o esforço coletivo são valorizados diariamente em seu trabalho. "No The Guardian, pensamos que nós, jornalistas, temos que usar as mídias sociais a nosso favor, para transmitir as notícias", salientou. Quanto ao futuro, Mariana aposta na plataforma mobile como meio para contar histórias. No jornalismo de dados, ela vê tendências e conta isso através de narrativas visuais e animadas. "Tenho um papel de cientista", define.
A designer ainda fez um breve relato sobre o seu período acadêmico. O anseio por viajar e conhecer novas culturas a fez participar de um intercâmbio para a França. Da experiência, escreveu um livro incentivando pessoas a saírem de casa para terem experiências diferentes no Exterior. Morou em Berlim, onde trabalhou na Universal Music como designer de capa de CDs. Lá, conheceu as pessoas que a levaram para um estágio no The Guardian. "Só estou contando tudo isso para dizer que não há muita diferença entre eu e vocês", explicou, incentivando a plateia a acreditar e valorizar o seu trabalho.