Cinco perguntas para Karine Vieira

Coordenadora da Hub ESPM defende a importância de oportunizar aos universitários a cobertura de grandes eventos ainda na academia

  1. Quem é você, de onde vem e o que faz?

Meu nome é Karine Vieira, sou jornalista, pesquisadora, professora de Jornalismo e mãe da linda Ana Luiza. Sou uma pessoa inquieta, curiosa e sempre interessada em aprender e descobrir boas histórias. Natural de Porto Alegre, nasci no bairro Tristeza e sou uma apaixonada pela Zona Sul da cidade.

Tive uma trajetória bastante diversa no Jornalismo, nunca disse não para as oportunidades. Comecei como freelancer na Editora Abril na Capital, trabalhando principalmente para a revista Veja, no projeto digital Veja Noite Porto Alegre e nos especiais regionais, como Veja Comer & Beber. Trabalhei como editora-assistente de Economia no Jornal do Comércio, uma escola para qualquer jornalista, com uma redação muito acolhedora. Voltei para as revistas, para trabalhar na Caras, ao lado da Liane Neves. Depois de um tempo, eu resolvi mudar tudo e aproveitar uma oportunidade na televisão, como produtora e editora no Canal Rural, na RBS TV.

Me apaixonei pela TV, aprendi muito e fiz amigos queridos. Nessa época, mesmo trabalhando, decidi retornar para a academia e entrei para o mestrado no Programa de Pós-graduação em Comunicação e Informação da Ufrgs. Defendi a dissertação e logo comecei o doutorado em Comunicação na Unisinos, que concluí em 2015.

O período durante o mestrado e o doutorado foi intenso, de muitas transformações: trabalhei na Rede Record, fui para a Cartola Agência de Conteúdo e comecei a dar aula na Unisc, em Santa Cruz do Sul e na ESPM-Sul, casei, fiz doutorado-sanduíche em Barcelona, na Espanha, e me tornei mãe. Tudo isso com muito apoio da minha família e do meu parceiro para vida, Ivan Bomfim.

Atualmente, estou docente no curso de Jornalismo da ESPM-Sul, coordenadora da Agência Experimental desta graduação e da HUB ESPM, e pesquiso sobre inovação e empreendedorismo na área, no projeto Novos Negócios, ao lado da jornalista e professora Ângela Ravazzolo.

  1. Por que decidiu cursar Jornalismo?

Neste ano, comemoro 20 anos de formatura na Famecos, na PUC, e, olhando para trás, penso que o Jornalismo veio naturalmente. Sempre gostei de ler e escrever, assistia muita TV - gostava de telejornais -, colecionava e lia revistas e jornais. Na faculdade, o que era um interesse se tornou uma paixão. Aprendi muito com professores incríveis, como Marques Leonam, na reportagem; e Eliana Antonini e Flávia Seligman, que me apresentaram o mundo da pesquisa. Já na graduação, vi que o Jornalismo poderia me trazer muitas possibilidades, mas que eu deveria estar aberta para isso.

  1. Quais são as vantagens de oportunizar aos alunos que cubram eventos de grande porte, como a Feira do Livro de Porto Alegre?

Faz parte da natureza do curso da ESPM-Sul oportunizar para os alunos o máximo de experiências durante a graduação. A cobertura para as redes sociais da Feira do Livro foi uma grande oportunidade para vivenciar a profissão, trabalhando texto, fotografia, vídeo, em plataformas de produção do Jornalismo hoje.

Os alunos foram os olhos da feira, buscaram histórias, trabalharam apuração, entrevista, checagem, aprenderam sobre comunicação estratégica do evento e, ainda, conviveram com profissionais que sabem muito de Jornalismo Cultural -uma equipe coordenada pelo jornalista Vitor Diel, nosso parceiro nessa empreitada, com a apoio da Câmara Rio-Grandense do Livro e da Escola.

A HUB ESPM, como agência experimental, é o local para experiências como essa. Neste ano, por exemplo, repetimos a parceria com a rede GNC Cinemas na cobertura dos Festivais Mundial e Publicidade e de Cinema de Gramado. A professora Rosângela Florczak e eu trabalhamos com os alunos dos primeiros semestres - que, desde o início, aprendem de forma integrada - a autonomia e a responsabilidade.

  1. O que todo jornalista precisa saber para ingressar no mercado de trabalho?

Acredito que todo jornalista deve saber que ele vai sempre ter que saber mais e aprender sempre. Ter curiosidade, interesse pelas pessoas, atentar a escutar o outro, com respeito. Saber que a sua profissão não se define pelo veículo em que ele está, mas pela sua prática, pelo Jornalismo que ele faz como profissional.

A área não está em transformação apenas, ele é parte da mudança, com o seu compromisso social, para a manutenção da democracia, de defesa dos direitos humanos, no combate à desigualdade, ao preconceito e à violência. Vivemos tempos difíceis e o Jornalismo é essencial para enfrentarmos esse momento. Acredito que todo comunicador precisa saber a responsabilidade que tem. 

  1. Quais são os seus planos para daqui a cinco anos?

Eu espero seguir aprendendo sempre, construindo boas parcerias. Quero estar em sala aula, compartilhando com os alunos. É uma realização ser professora, sou muito feliz com essa escolha. Quero ampliar o meu trabalho na pesquisa em inovação no segmento e, nesse sentido, desenvolver um projeto pessoal na área. Acredito que é importante fazer planos, mas é vital estar atenta às oportunidades, pois tudo muda muito rápido e é preciso também aprender com a mudança. Isso, para mim, é um bom plano.

Comentários