Brasília, 14 e 15 de março de 1985

Por Ricardo Noblat* Do meio-dia da próxima segunda-feira, dia 14, ao meio-dia da terça-feira, dia 15, o blog recuará no tempo 20 anos. No …

Por Ricardo Noblat*
Do meio-dia da próxima segunda-feira, dia 14, ao meio-dia da terça-feira, dia 15, o blog recuará no tempo 20 anos.
No dia 14 de março de 1985, a pouco mais de 12 horas de tomar posse, o presidente eleito Tancredo Neves foi internado no Hospital de Base e operado em caráter de emergência. O país ficou com o coração na boca.
Os políticos divergiram quanto a quem deveria assumir o cargo: Ulysses Guimarães, presidente da Câmara dos Deputados, ou o vice-presidente eleito José Sarney?
O então ministro do Exército, general Walter Pires, farejou a oportunidade de dar um golpe. O presidente João Figueiredo - um general que dizia preferir cheiro de cavalo a cheiro de povo -, avisou que não passaria a faixa a Sarney.
Tancredo começou a ser operado pouco depois de uma hora da manhã do dia 15. E no fim da operação quase teve uma parada cardíaca.
A comoção provocada no país pelo suicídio do presidente Getúlio Vargas em 24 de agosto de 1954 se esgotou em menos de uma semana.
A comoção que decorreu da posse frustrada de Tancredo duraria mais de um mês e só terminaria com sua morte no dia 21 de abril.
O primeiro capítulo da tragédia protagonizada por Tancredo será contada como se o blog existisse naquela época e tivesse cobrindo os fatos em tempo real.
Para isso vou me valer de farto material de pesquisa, vídeos cedidos pela Rede Globo de Televisão e depoimentos exclusivos de alguns dos personagens da tragédia - entre eles, Aécio Neves, secretário-particular de Tancredo, Ronaldo Costa Couto, ministro do Interior, Fernando Lyra, ministro da Justiça, Fernando Henrique Cardoso, líder do governo no Senado, e o presidente José Sarney.
Sarney cedeu para publicação o capítulo do seu livro inédito de memórias que narra em detalhes a noite do dia 14 e a madrugada do dia 15.
Os que se interessarem pela história do fim do regime militar e da eleição de Tancredo poderão ler na íntegra o livro "O Complô que elegeu Tancredo", escrito por mim e pelos colegas Bob Fernandes, Roberto Lopes, José Negreiros e Gilberto Dimenstein. Foi lançado pela editora Jornal do Brasil alguns dias antes da posse que não houve. E está fora de circulação.
O que aconteceu depois de 15 de março de 1985 até a data da morte de Tancredo será contado aqui entre os dias 21 e 22 de abril próximo.
Quem gosta de música popular brasileira poderá ouvir as 12 que mais fizeram sucesso naquele ano.
* Ricardo Noblat é jornalista e seus artigos estão publicados no endereço http://noblat.blig.ig.com.br.


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