Copa franca 2014 Brasil

Por Glauco Fonseca Copa do mundo, até pouco tempo atrás, não era algo que tinha gente contra ou a favor. Ora bolas, quem é …

Por Glauco Fonseca
Copa do mundo, até pouco tempo atrás, não era algo que tinha gente contra ou a favor. Ora bolas, quem é que pode ser contra uma Copa do Mundo, especialmente na casa do Pentacampeão? Pois agora há muitas pessoas que já são contra uma Copa do Mundo no Brasil. Eu ainda estou no time dos indecisos.
Como é que chegamos a algo tão insólito como ser a favor ou contra a realização de uma Copa do Mundo? O que nos leva a polarizar um fenômeno tão importante?
A primeira pergunta encontra várias respostas na premissa equivocada, mentirosa até, de que a iniciativa privada se encarregaria da organicidade do certame. Lá atrás, quando a Copa foi "conquistada", diziam que o dispêndio do dinheiro público seria mínimo, voltado para as obras de infraestrutura, tidas como perenes e, portanto, sucedâneas ao evento. E nós acreditamos e vibramos com a Copa 2014 no Brasil. O governo brasileiro terá de investir, certamente, mais de seis bilhões de dólares nas obras de infraestrutura e na construção e reforma de estádios privados. Este dinheiro, que o país não tem sobrando, sairá de algum lugar e certamente sacrificará outros vitais investimentos em saúde, educação, transporte, você escolhe. A iniciativa privada? Onde?
Não obstante a conta salgada, um perigoso novo paradigma para realização de obras sem controle e sem o protetorado da Lei 8.666 se aproxima. As portas serão escancaradas para que empreiteiras e políticos façam farnéis sem precedentes, talvez, na história do mundo civilizado. Se forem aprovadas medidas emergenciais para obras, não nos iludamos: Elas irão substituir a lei das licitações a cada "emergência" que for anunciada.
Temos, até agora, atrasos descomunais, perspectivas horrendas de dispêndio e leis que serão rasgadas. Depois de quase quatro anos, um tijolo sequer foi assentado, mas, quer saber? Nenhuma surpresa. Ou alguém imagina que Orlando Silva e a horda de aparelhados no Governo Federal teria alguma competência sequer para um mínimo planejamento estratégico?
A partir daí, portanto, entra em campo mais uma perspectiva macabra. E se o Brasil perder a Copa? Já pensou investir perto de 10 bilhões de dólares e ter de aguentar a Argentina campeã?
Confesso que jamais torcerei contra o Brasil. Seremos Hexacampeões, se Deus quiser. Se isto acontecer, a felicidade atenuará as mazelas que o gasto insano proporcionará e a euforia do povo saciará sua sede por mais serviços públicos. Se o Brasil ganhar a Copa, todos ganham. Até mesmo Dilma, até mesmo Lula, até mesmo o PT.
Agora, se o Brasil perder?  

Comentários