Diário de uma futura jornalista

Por Letícia Nascimento Querido diário. Acho que não quero mais ser uma daquelas pessoas que aparecem na TV dizendo tudo o que está acontecendo …

Por Letícia Nascimento

Querido diário. Acho que não quero mais ser uma daquelas pessoas que aparecem na TV dizendo tudo o que está acontecendo e que todo mundo pode ver o nome delas no canto da tela. Minha prima, que está estudando pra ser jornalista, me disse, nesse fim de semana, que essa profissão que escolhi vai ser a maior roubada. Mas porque será que ela ainda não deixou a faculdade de lado? De certo, é porque meu tio vai brigar, e muito, se a Manú fizer isso, né!


Mesmo com esse papo de profissão traíra, eu acho que não quero desistir não. Traíra porque, segundo a minha prima, a gente paga caro pra estudar, lê um montão de livros, só consegue estágio se tiver um Q.I. (quem indica) e depois demora séculos pra arrumar um emprego na área que pague bem. Poxa, essa tese dela tem que estar errada! Não sei porque, mas eu insisto em acreditar que se eu me esforçar bastante, consigo pagar uma facul legal, faço estágio nem que seja de graça, pra poder aprender e ler. Bem, isso não é problema pra mim.


Ontem, ouvi a Manú reclamando que no serviço dela tem hora certa pra chegar, mas pra sair? Se eu estivesse no lugar dela, não iria reclamar. Adoraria trabalhar na rádio, falar as informações com aquela voz toda poderosa e ainda ganhar uns convites vips pros shows que acontecem aqui na cidade, rs. Ela é uma reclamona mesmo! Já conheceu um monte de pessoas famosas, fala que a maioria delas é chata. Se bem que, nesse item, eu concordo: o que eles têm de interessante pra contar pro povão?


Voltando ao assunto do Jornalismo. Semana passada conheci um amigo da Manú. Ele me disse que ser jornalista nem é tão chato assim como ela fala. Ele já conheceu um monte de lugares bacanas e pessoas legais por causa da profissão. Embora, afirmou que o mais triste deste ofício (li no dicionário que isso é o mesmo que ocupação) é noticiar coisas chatas, como acidentes, mortes ou guerras. Também disse que não tem essa de descansar nos feriados, muito menos fim de semana. O Juninho me explicou que lá na redação que ele trabalha, o pessoal faz escalas e, daí, cada fim de semana é a vez de um repórter fazer plantão ou cobrir algum evento.


Minha mãe me perguntou por que eu quero ser jornalista quando crescer. Respondi a ela que gosto muito de escrever, de falar, de conhecer as pessoas e principalmente de fazer perguntas. Minha professora sempre diz que eu tenho a língua afiada e não deixo nenhuma dúvida pra trás. O Juninho disse que isso é bom, porque quando eu me formar jornalista, saberei produzir matérias completas. Ainda não sei o que isso quer dizer, mas até lá dá tempo de aprender.


Enfim, (como minha professora ensinou a terminar uma redação) quero ser jornalista e ponto final. Isso me lembra um pedaço daquela música do Marcelo D2: "As pedras no caminho a gente chuta/ É super natural/ Não deixo abaixar minha moral/ Tenho que manter em movimento/ A vida não é mole/ Mas qualquer parada enfrento".

Comentários