Fazer o bem, pra quê?

Por Ana Lúcia Klein De Zotti* Quando nascemos somos rodeados pelo bem. São pessoas amigas de nossos pais que nos transmitem carinho, boas-vindas, sorrisos, …

Por Ana Lúcia Klein De Zotti*
Quando nascemos somos rodeados pelo bem. São pessoas amigas de nossos pais que nos transmitem carinho, boas-vindas, sorrisos, bem-estar, enfim, somente sentimentos bons. Portanto, chegamos ao mundo somente com o bem. Com o passar das semanas, meses, anos, recebemos amor daqueles que estão junto a nós.
Um pouquinho mais tarde, já no período pré-escolar e escolar, com outras relações de amizades, trazemos conosco o bem, repassando-o também. Porém, nessa época nos defrontamos com algumas atitudes que ainda não conhecemos, muitas vezes vindas de amigos, colegas, conhecidos nossos.
Estranhamos, mas, ao mesmo tempo, nesse momento, estamos aprendendo novos sentimentos, novas formas de ação, como brigas, empurrões, gritos, palavrões. E, então, passamos a ter dois tipos de atitudes, para o bem e para

o mal.
Ainda não sabemos bem quais os significados dessas palavras, mas sabemos o que representam ao atingir alguém. Dependendo de nossa atitude, teremos uma reação de felicidade ou, ao contrário, de muita tristeza.
Entramos então para a fase de adolescência, onde passamos a conhecer outro grupo de faixa etária, novos colegas, novas escolas, o início dos namoros, frustrações, sentimentos de alegria, satisfações, questionamentos, queixas. Até aí ainda não temos condições de nos responsabilizar totalmente por nossas atitudes, mas já sabemos muito bem como alegrar ou magoar alguém. Passamos a testar, mesmo que inconscientemente, nosso modo de agir com as pessoas, embora façamos isso desde pequenininhos de forma bem discreta.
Terminamos o período escolar e seguimos para uma faculdade, um trabalho. Vamos começar a andar com nossas pernas, definitivamente. Será? Então por que queremos tanto nossa independência? Ora, muito provavelmente porque queremos ser alguém na vida, buscar nossos ideais que foram se formando com o passar dos anos. Por isso lutamos, vamos em busca do que queremos. Estamos entrando na fase adulta? Aí eu me pergunto: por que será que a maldade passa a se fazer tão acentuada nesse período?
Não tenho respostas conclusivas, pois cada ser humano é diferente um do outro. Mas tenho um parecer de vida bem definido: fazer o bem só traz coisas boas para nós mesmos, para aqueles que nos rodeiam, e assim transmitimos uma energia positiva muito grande que pode mover o mundo.
Se queremos tanto a paz, por que não lutamos por ela? E essa luta só pode começar por nós mesmos. Não precisamos fazer manifestos, nos expor, embora não seja contra, de forma alguma. Porém, temos que fazer a nossa parte. O bem só traz alegrias, enche os corações de satisfação, ajudamos quem está próximo sem gastar um centavo. E nos ajudamos continuamente?
Então, para que fazer o contrário? Vamos pelo menos tentar fazer o bem no nosso dia-a-dia. A gente se surpreende com as coisas boas que surgem e acabamos nos surpreendendo conosco mesmos. Vale a pena! Precisamos parar de ser egoístas, egocêntricos e pensar que o bem depende dos outros. O ciúme, a inveja, o querer somente para si só trazem rancor, tristeza, mal-estar. Fazer o bem só depende de nós. Cabe a cada um começar?
* Ana Lúcia Klein De Zotti é jornalista e editora da De Zotti Comunicações.
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