O FSM tem que ser em Cuba

Por Paulo César Flores* "Tenho certeza de que o país não foi cogitado unicamente por modéstia." A discussão sobre a localização do Fórum Social …

Por Paulo César Flores*
"Tenho certeza de que o país

não foi cogitado unicamente

por modéstia."

A discussão sobre a localização do Fórum Social Mundial me parece absoluta perda de tempo. Se o pessoal não gostasse de uma boa polêmica, pensaria tratar-se de estratégia para alimentar os críticos e, principalmente, os chatos de plantão, como o presidente Lula, que ficam dizendo que o Fórum é apenas conversa. Na minha opinião, a resposta é óbvia. O evento tinha que ser em Cuba, de forma permanente. Nada mais justo e, inclusive, mais fácil. Para começar, não haveria essa polêmica boba de ser contra ou a favor, já que lá todos seriam a favor. Outra discussão que poderia ser evitada é relativa ao custeio do Fórum. O governo cubano, com certeza, estaria disposto a bancar o evento, tendo em vista a oportunidade única para mostrar ao mundo "como funciona na prática" o que neste evento é apenas tese. Imaginem: jornalistas de todos os lugares do planeta comprovando ao vivo o que os foristas (é isso?) já sabem há muitos anos, ou seja, um outro mundo é mesmo possível, é socialista e fica em Cuba.
Perdoem os interessados, que certamente iriam se esmerar na recepção aos participantes, mas as vantagens cubanas são insuperáveis, e tenho certeza que o país não foi cogitado junto aos organizadores unicamente por modéstia.Imaginem o Fórum tendo o mar do Caribe como fundo e a tranqüilidade dos organizadores por saber que orientações impraticáveis, como não consumir determinados produtos, por exemplo, seriam absolutamente factíveis em Cuba. Nenhum refrigerante suspeito, nenhum hotel cinco estrelas para corromper, com os seus serviços de primeiro mundo, os fiéis defensores do terceiro. Em Cuba, inclusive o saudável contraponto estaria assegurado, já que o Fórum Mundial de Juízes, com os seus temas a respeito da justiça e da liberdade, serviriam para mostrar que, afinal, nem todos dançam conforme a música caribenha dos anfitriões. Tudo isso, além da certeza de que as lideranças do Fórum estariam absolutamente livres do constrangimento de ter que "desqualificar o debate" em algum programa de televisão, frente a frente com algum terrorista liberal, esses chatos.
* Paulo César Flores é jornalista

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