Será que o “jeitinho brasileiro” resolve?

Por Vanessa Bueno A notícia sobre a tragédia em Santa Maria chegou na Alemanha com a mesma velocidade do incêndio que provocou as mais …

Por Vanessa Bueno

A notícia sobre a tragédia em Santa Maria chegou na Alemanha com a mesma velocidade do incêndio que provocou as mais de 200 mortes. Soube por uma rádio alemã, quando voltava de um fim de semana na Holanda. Era perto do meio-dia, o que significa nove da manhã no Brasil. Fiquei impressionada. Não só pelo impacto da informação, como pela rapidez com que chegou aqui. Imagino que fomos comunicados junto com a maioria dos brasileiros, que depararam-se com a tragédia ao acordar no domingo, 27 de janeiro. Em seguida, amigos alemães começaram a me enviar mensagens comentando o ocorrido. Estava sendo noticiado em todo o país.

No caminho de volta para a casa, acionei diversos sites de notícias brasileiros e alemães e as informações estavam sincronizadas. Meu guia aqui é o portal de notícias da empresa de comunicação Deutsche Welle, que traz notícias também em português. Lá, li sobre o pronunciamento da chanceler federal alemã, Angela Merkel, que estava com a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, no Chile, e do ministro alemão do exterior, Guido Westerwelle, que se solidarizaram com o governo brasileiro.

Quando finalmente cheguei em casa, assisti na ZDF, emissora de TV alemã, uma reportagem que trazia detalhes de como o gás tóxico, produzido no incêndio da boate Kiss, pode matar em tão poucos minutos. O destaque, porém, era para o ato dos seguranças de impedirem a saída dos jovens, por entenderem que os mesmos queriam deixar o estabelecimento sem pagar. Outra informação muito divulgada e comentada  foi o fato de os integrantes da banda terem usado produtos mais baratos para o show de pirotecnia com o objetivo de economizar. "Todos tinham que morrer porque a banda foi mesquinha?", publicou o jornal Bild.de.

Como não poderia ser diferente, a mídia alemã e a população têm questionado: "Estaria mesmo o Brasil preparado para realizar a Copa do Mundo de 2014?" Em uma das matérias, um apresentador da emissora ZDF perguntou ao correspondente internacional, que transmitia do Rio de Janeiro, se seria seguro festejar a Copa nos bares e boates do país. O jornalista afirmou que, segundo divulgado pela imprensa brasileira, a situação de várias casas noturnas é irregular. A matéria termina deixando a questão no ar. O mesmo me perguntam amigos alemães e de outras nacionalidades. Não sei o que dizer. Falar que até lá vão dar um "jeitinho brasileiro" e tudo ficará bem? Alguém arrisca uma resposta?

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