Numa das minhas tantas madrugadas insones, estava ouvindo música e cheguei a uma conclusão: uma das maiores injustiças da natureza é o fato de o nosso cérebro ser cinzento. Como pode ser cinzento o núcleo criador de tudo o que o homem fez até hoje na Terra? Como pode ser cinzento o cérebro que fez tantas descobertas científicas? E se pensarmos em tudo o que foi produzido em termos artísticos, então, nem se fala.

Diante destas evidências, pensei que o cérebro deva ser não cinzento, mas conter, no mínimo, todas as cores do arco-íris. Também acho que ele deveria ser iluminado. Não há aquela tradicional imagem de que, quando temos uma idéia, "acende-se" uma lâmpada sobre nossas cabeças? Pois a lâmpada deveria ser dentro da cabeça, mais especificamente o próprio cérebro.

Ok, alguns dirão que, como temos inúmeras idéias ao longo da vida, corre-se o risco de o cérebro "queimar", assim como uma lâmpada. Talvez esta fosse uma barreira para a criatividade e para a pesquisa: com medo de ter seus cérebros "queimados", pesquisadores, cientistas, artistas e pensadores pensariam menos. Felizmente para todos nós, isto não é possível. Há aspectos em nosso cérebro que são incontroláveis. E de variadas formas.

O incontrolável de nosso cérebro já foi denominado de inconsciente, por Freud; de criatividade, por inúmeros autores; de ansiedade, pela psicanálise; de raciocínio, por tantos outros. Nosso cérebro é limitado pelas questões psicológicas de cada um de nós: podemos apresentar "bloqueios" para evoluir em determinados assuntos, de acordo com nossos aspectos subjetivos. Ainda assim, porém, é uma máquina de geração de idéias.

Poderíamos, finalmente, pensar em "roupas" para o nosso cérebro. Uma capa, semelhante às existentes para celular. Um invólucro fashion. Variar, de acordo com o estado de espírito. Uma capa preta, se o assunto é pesado, como a descoberta da cura do vírus da gripe do frango. Uma capa de grafiti, quando o assunto é manifestação cultural dos rappers no Parque Marinha do Brasil.

Quem teve paciência de me ler até aqui, pode ter pensado que enlouqueci de vez, no que discordo (óbvio, pois eu tinha ao menos que concordar comigo mesmo!). Mas acho que teremos que concordar (eu e você, prezado leitor) em uma coisa: somente a capacidade criativa do cérebro me permitiu fazer esta verdadeira viagem na maionese a respeito de um tema tão insólito. Cérebro em policromia!