Esperar

O que esperar de 2015? Esperar? Ou fazer, ir à luta? As duas coisas se misturam. Porque se há uma parte de nós que …

O que esperar de 2015? Esperar? Ou fazer, ir à luta? As duas coisas se misturam. Porque se há uma parte de nós que é refém do que os outros fazem, a outra parte tem a possibilidade ampla e irrestrita de mudar o rumo.

Sempre achei um pouco de prepotência dizer que a minha vida sou eu quem faz. Acho que sim, em parte dela. Se eu ficar parado, aí mesmo é que a coisa não evolui pra mim. Se eu não for atrás, se eu não me mover, se eu não pensar. Porém, há sim este outro lado, em que deixa-a-vida-me-levar-vida-leva-eu é o que governa.

Aliás, quantas e quantas vezes estamos sentados na cadeira de senhores de si de nossas vidas e vem um vento, uma energia, um tsunami(entendo que tsunamis também pode ser de coisas boas) e vira tudo de pernas pro ar? Que muda o rumo de forma retumbante, para um lado ou para outro?

Pois aí é que entra a dificuldade. A dificuldade do ser humano e descer de sua onipotência e reconhecer a sua fragilidade. Aliás, reconhecer a fragilidade e a falibilidade, o desamparo, é uma das coisas mais difíceis da vida. Quanto mais amadurecemos, mais nos deparamos e aceitamos estes fatores. Porém, isto não é igual a jogar a toalha, de jeito nenhum! Isto é igual a reconhecer, como quando entramos em um local desconhecido e vamos analisando todos os componentes. Reconhecimento, aceitação, gera sabedoria. E a sabedoria não faz com que nos acomodemos. Ela faz com que possamos agir com mais taxa de acerto. Que venhamos a reconhecer os atalhos e as armadilhas.

Apesar de poder parecer o contrário, me considero muito distante deste momento, de sabedoria. Entendo que aprendi algumas coisas na vida, como é natural. Porém, o que considero uma grande vantagem é entender e principalmente reconhecer como as peças se movem, como as coisas acontecem. É o primeiro aprendizado importante, acredito. Uma das leis gerais da existência, se posso chamar assim. A partir daí, vamos para o aprendizado específico, de cada uma das coisas. Porque se há leis que regem, há também o funcionamento particular de cada área da vida. Tenho muito medo das generalizações, pois elas trazem consigo uma ideia de que já se entendeu tudo, o que é perigoso.

Comecei esta coluna pensando em escrever sobre o que esperar em 2015. Talvez seja um pouco de tudo isto que está aí em cima e mais um tanto que ainda não entendi na vida. Parece confuso, mas não é. É só a vida.

Comentários