Confissão? Pra que, tem o Facebook!

Uma visita à Catedral Metropolitana me gerou esta reflexão. Pra quê as pessoas se confessam hoje em dia, se elas têm o Facebook?  Ele …

Uma visita à Catedral Metropolitana me gerou esta reflexão. Pra quê as pessoas se confessam hoje em dia, se elas têm o Facebook?  Ele que virou seu confessionário, seu conselheiro e seu espelho(talvez principalmente este último).
O Facebook tornou-se de fato uma instituição. Atingiu rapidamente um status invejável e que outras organizações demoraram muitos anos, quiçá séculos, para atingir.
Mas o fato da confissão é que para o padre, as pessoas expunham suas mazelas, seus pecados, suas angústias, num ambiente reservado e recebiam a punição. Hoje em dia, isto ocorre de forma pública. As pessoas se superexpoem  no Facebook. Ao fazê-lo, são tomadas por um sentimento misto de vaidade e orgulho(além do sentimento de ter um milhão de amigos, claro). Porém, podem sair condenadas pelos "padres" de plantão. A punição? Uma imagem pública arranhada, o que para a fogueira das vaidades que virou a nossa sociedade emaranhada nas redes sociais, é veneno puro.
Voltando ao tema inicial da coluna, o Facebook está servindo para que as pessoas extravasem suas angústias e sentimentos, o que antes era reservado aos padres, psicanalistas ou amigos muito próximos.



Sou pertencente ao grupo que acha que a humanidade se divide em duas: os que, ao abrirem uma lata de compota de pêssego retiram totalmente a tampa e o outro grupo, que deixa a tampa presa por um pequeno pedaço de lata. Pois seguindo a coerência, há dois grupos sobre um tema no Facebook: aqueles que acham que as manifestações ali contidas podem levar a uma mobilização e resultados efetivos e aqueles que acreditam que o ativismo de sofá não leva a nada a não ser o lava-jato de consciência. Já neste caso, não escolho um lado. Ora pertenço a um grupo, ora a outro. Entendo que há manifestações que podem gerar resultado e mobilização na rua, produzindo efeitos práticos. Já outras, "rumo a x milhões de curtidas", normalmente não produzem nada. Depende da situação.
O fato é que temos uma convulsão social a partir da tecnologia da informação. Depois das redes sociais então, nem se fala. O comportamento das pessoas mudou. Será que mudou? Na realidade, não mudou. Ele somente tornou-se mais evidente.

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