A comunicação cada vez mais acessível, mas cara

Dias atrás me despertou a atenção um post no facebook que direcionava para um artigo do Heródoto Barbeiro (Rede Record) no site Comunique-se: "O …

Dias atrás me despertou a atenção um post no facebook que direcionava para um artigo do Heródoto Barbeiro (Rede Record) no site Comunique-se: "O fim das FM está cada vez mais próximo" é o título, de certa forma, terrificante. "O rádio de FM, a frequência modulada, vai acabar. Não é um erro de digitação. A Noruega anunciou que vai desativar todas as emissoras de rádio em FM em janeiro de 2017. Até lá as rádios vão se transformar em digitais", destaca o jornalista na primeira linha.
Ao longo do texto (segue o link para quem quiser ler na íntegra http://portal.comunique-se.com.br/artigos-colunas/77105-o-fim-do-fm-esta-cada-vez-mais-proximo) ele faz uma série de considerações sobre os sistemas de transmissão de rádio, cita isto, aquilo, mas vaticina, enfim, que o futuro estará no sistema web. Vai haver um pandemônio, é verdade, mas o rádio sobreviverá, não da forma como estamos habituados a acompanhar, mas via web. E até cita Darwin: " ? os que sobrevivem não são os mais fortes, mas os que se adaptam."
Concordo, os tempos mudam e torna-se imperioso adaptar-se aos novos tempos. Não há mais volta, Com certeza não voltaremos ao tempo da galena ou dos antigos e charmosos rádios em OC/OM (ondas curtas e ondas médias). Mas para não entrar no mérito das justificativas tecnológicas, vou direto ao ponto e como sempre, com uma constatação para que todos possam avaliar: todos sabem que ontem e hoje, para quem gosta de escutar o rádio, o ouvinte não paga nada, é um sistema gratuito. O custo está no modelo de aparelho e no consumo de energia. Não será mais assim? Avaliem:
Alguns anos atrás o sistema existente para quem queria assistir televisão era gratuito. Você só comprava o aparelho e pagava a energia que o mesmo consumia. Em algumas localidades era preciso investir um pouquinho na instalação de uma antena. Mas, feito isto, bastava ligar o aparelho na tomada, clicar e?. maravilha: lá estava a imagem. Porém, na calada da noite foram aprovados projetos de modernização do sistema de transmissão e as grandes corporações desferiram um golpe mortal na economia das famílias: Ah! quer ver televisão? Tudo bem, então assina um plano de uma operadora para ter acesso ao sinal? senão?necas. Ou melhor, aposte em uma antena que pode captar o sinal, ou um sistema alternativo, mas não seguro totalmente e que ainda é combatido pelas corporações que formam um cartel e dominam o mercado. Elas são tão poderosas que conseguem até interferir no sinal e bloquear certos sistemas.
Pois preparem-se, pois com o rádio está sendo planejado o mesmo sistema. Primeiro as ondas curtas foram detonadas, depois as ondas médias e a agora anuncia-se o fim da frequência modulada. E tudo será direcionado para o usa do sistema via web. Diz Barbeiro: "A internet multiplicou o número de emissoras. Elas podem ser ouvidas em qualquer plataforma que o público desejar e a propagação se dá por wi fi ou telefonia celular. Assim, o aparelho de rádio hoje é qualquer gadget que tem acesso a internet. O número de emissoras é infinito, haja vista que, qualquer site pode ter a sua rádio."
Ótimo, tudo mais acessível, mais tecnológico, mas fim à gratuidade. Porquê? Ora, porque para ter acesso o ouvinte/consumidor terá que usar a internet. E como todos sabem, o acesso à internet tem um custo. Assim, preparem-se amigos para o fim da informação gratuita via rádio. Talvez demore um pouco, mas como uma onde gigantesca ela vira.

Autor
Júlio Sortica é jornalista formado pela Ufrgs. Foi repórter do Diário de Notícias, Zero Hora, Folha da Tarde, Jornal do Comércio, Correio do Povo, Revista Consumidor, editor da Plástico Sul, diretor de O Sul e coordenador de Comunicação da Secretaria de Planejamento do Estado do RS. Fez várias coberturas internacionais, editou publicações segmentadas.

Comentários