Uma nova tendência de consumo em formação
Há uma junção de fatores que está alterando os hábitos de consumo e impactando na decisão de compra, na reavaliação da importância e da …
Há uma junção de fatores que está alterando os hábitos de consumo e impactando na decisão de compra, na reavaliação da importância e da utilidade de produtos e serviços. Esta junção de fatores que altera o comportamento do consumidor tem suas bases:
- nas tecnologias/ relação do consumidor com a web e mídias sociais que estimula o desejo de "ter" ou "fazer" e onde o "viver é publicar";
- na cultura da individuação da vida cotidiana (comportamento singular e egocêntrico);
- na crise econômica, diminuição do poder de compra, grau de endividamento e receio com o desemprego;
- na crise política e na diminuição da confiança nas instituições.
A comunhão destes fatores se deflagra pós um período de pujança econômica em que o consumidor estava acostumado com a estabilidade econômica, aumento do poder de compra, com oportunidades de emprego, programas sociais variados e crescentes e acesso a viagens e lazer.
O temor do consumidor passa a ser realidade, com a redução generalizada do seu poder de compra resultante do aumento de preços, especialmente, dentro da nova classe média. E o maior receio é que esta diminuição do poder de compra esteja acompanhada do aumento do desemprego.
As pesquisas realizadas pelo o IPO - Instituto Pesquisas de Opinião tem monitorado a readaptação da população consumidora e os novos hábitos de consumo que privilegiam:
- elaboração de lista de compras;
- corte dos itens supérfluos da lista;
- substituição por marcas alternativas;
- diminuição da quantidade consumida (como as carnes);
- mudança nos hábitos festivos ou de integração social, com corte das refeições fora de casa.
Estas práticas diminuem o consumo por impulso, freando a decisão emocional, passando a estimular o comportamento racional na decisão de grupo (relação custo X benefício). Este novo comportamento que se desenha de forma crescente no país trava o desenvolvimento e mantém a circulação da economia de cada localidade em patamares limitados, criando o seguinte dilema: o consumidor não compra por não ter dinheiro e não há mais dinheiro porque o consumidor não compra.
Este ciclo vicioso deve ser observado com um olhar distinto pelos gestores públicos e privados e, em especial, pelos profissionais de marketing e comunicação que precisam revisitar desde a semântica, passando pelo mix de produtos ofertados e revendo até a forma de relacionamento com o cliente. Novos momentos exigem novas ações e soluções, não será possível "fazer mais do mesmo".
É uma nova tendência de consumo, o consumidor continuará comprando, mas sua decisão será menos impulsiva, mais racional e seletiva, de acordo com as suas necessidades.