Adeus ano velho e que ele nunca se repita

Mais um ano encaminha-se para os seus dias finais e devo escrever a última coluna de 2016. E eu fico imensamente feliz de pensar …

Mais um ano encaminha-se para os seus dias finais e devo escrever a última coluna de 2016. E eu fico imensamente feliz de pensar que facilmente o ano que se iniciará será bem melhor. Não tenho bola de cristal. Não sou vidente. Não faço previsões. Não sou profeta. Nem sensitiva. Mas arrisco dizer que é quase impossível os próximos 12 meses serem piores de tudo o que vivemos no ano que se encerra. Que ano infeliz. Que período mais difícil. Que momentos de retrocesso que experimentamos. Que meses mais tumultuados. Que dias e noites mais conturbadas. Que situações inusitadas em cada mês deste maldito 2016.
Para reforçar que 2017 passará bem longe de tudo de ruim e negativo que se teve no ano que termina, vou abusar das simpatias, feitiços e mandingas para dar uma ajuda de leve no destino. Usarei roupas novas na passagem do ano para atrair novidades. Exatamente à meia-noite de 31 de dezembro, darei uma mordida numa maçã bem vermelha para ter sucesso e mentalizarei tudo de bom que eu desejo conquistar. Irei segurar uma taça de champanhe com a mão esquerda, tomarei sete goles e jogarei o restante do líquido para trás, de uma só vez, por cima do ombro direito. E quando o relógio indicar a virada do ano, darei três pulinhos com o pé direito para começar o ano com muita sorte. Só não vou pular as sete ondas porque estarei longe demais do mar.
Assim que abraçar aqueles e aquelas que estiverem na confraternização comigo, comerei um prato de lentilhas cozidas. Dizem que assegura sorte e dinheiro no novo ano. Aliás, falando em dinheiro, que andou em falta na minha carteira em 2016, uns minutos antes da meia-noite vou comer cinco uvas de um cacho, guardarei as sementes na carteira, embrulhadas em um papel. E é muito importante: enquanto estiver comendo as uvas, preciso ter pensamento positivo de que terei dinheiro suficiente no ano que se iniciará para satisfazer todos os meus desejos. E lá no final de 2017, é necessário jogar as sementes da uva em água corrente.
Dentro de orientações para ter sorte, sucesso e felicidade no novo ano, dizem que é bom arrumar a mesa da ceia de réveillon com ramos de trigo. Vou fazer. Também aconselham a derramar champanhe quando chegar meia-noite em quem estiver ao seu lado, porque isto traz sorte, eleva o astral e assegura uma vida nova. Vou derramar. Para atrair sorte, vou varrer a casa dos fundos para frente no dia 31, sem deixar nenhum lixo na lixeira. Comentam que assim renovam-se as energias da casa e chama a sorte para o ano que está chegando. Não será por falta de simpatias, crenças, rezas e superstições que terei um ano feio, nebuloso, perigoso, ruim, chato ou parecido com 2016.
E para você que me lê toda semana, com assiduidade, ou eventualmente, num gesto casual, eu desejo que não falte, em 2017, a vontade de acordar todo o dia com bom humor, com determinação e espalhando alegria por onde passar. Desejo que lhe sobre, em 2017, mais tempo para o lazer, para o convívio com a família, para os encontros com os amigos e amigas e para o ócio. Desejo que lhe seja abundante, em 2017, a gargalhada fácil, o carinho na hora exata, o conselho para resolver uma encrenca na vida profissional ou particular. Desejo, do fundo do meu coração, saúde, paz, harmonia, serenidade e, principalmente, coragem para jamais perder o rumo do presente.

Autor
Márcia Fernanda Peçanha Martins é jornalista, formada pela Escola de Comunicação, Artes e Design (Famecos) da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), militante de movimentos sociais e feminista. Trabalhou no Jornal do Comércio, onde iniciou sua carreira profissional, e teve passagens por Zero Hora, Correio do Povo, na reportagem das editorias de Economia e Geral, e em assessorias de Comunicação Social empresariais e governamentais. Escritora, com poesias publicadas em diversas antologias, ex-diretora do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (Sindjors) e presidenta do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Porto Alegre (COMDIM/POA) na gestão 2019/2021. E-mail para contato: [email protected]

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