A tal da empatia

Ando com esse conceito em mente faz uns 10 dias, mais ou menos, desde que aquele prédio ocupado no Centro de São Paulo desabou. Foi uma enxurrada de posts e afins nas redes sociais que me fez parar por muitos minutos para tentar entender como eu me sentia em relação ao que estava acontecendo com aquelas famílias e como tinha gente julgando sem, em nenhum momento, pensar na situação na qual elas se encontravam.

Na semana passada, a palavra voltou a minha mente mais uma vez por questões pessoais e, no final de semana, vi um post nas redes sociais de um turista na Guatemala que passou por um morador de rua, retirou os sapatos e deixou ao lado dele. Quem compartilhou escreveu "nossa, que empatia". Fiquei me perguntando se era empatia mesmo o que ele queria expressar ou se era um ato solidário, apenas. 

Segundo o dicionário, empatia significa a capacidade psicológica para sentir o que sentiria outra pessoa caso estivesse na mesma situação vivenciada por ela. Consiste em tentar compreender sentimentos e emoções, procurando experimentar de forma objetiva e racional o que sente outro indivíduo. O que dá margem para várias interpretações, não é mesmo?

Tem gente que vem com a máxima de que empatia é se colocar no lugar do outro. E como se faz isso? Não tem como. Tem? Você pode escutar o outro, tentar compreender o que está sentindo, olhar nos olhos, chorar junto, ter compaixão, que é aquele desejo de aliviar ou minorar o sofrimento do outro, demonstrar especial gentileza para com aqueles que sofrem, mas se colocar no lugar do outro é impossível. Será que somos seres empáticos, realmente?

Aí, alguns outros questionamentos vieram à mente: por que temos empatia apenas quando vemos o outro em sofrimento? Por que a nossa tendência é ser empático somente com as minorias ou com quem é menos 'sortudo' que a gente? Por que não pensamos em empatia quando as pessoas estão felizes, quando estão comemorando conquistas, quando estão realizadas?

E mais: pensamos sempre a questão da empatia pensando nos outros e por que não conseguimos praticar a autoempatia? E será que isso existe? A gente tenta compreender o que estamos sentindo? Ou abafamos algumas vezes para ouvir e dar atenção aos problemas dos outros e nos deixamos de lado? Será que sabendo o que sentimos, o que nos toca, não seria mais tranquilo entender como o outro se sente?

Como podem notar, tenho mais perguntas do que respostas sobre o assunto. Mas como ele anda batendo forte por aqui, quis compartilhar com vocês. Se alguém quiser me ajudar a desvendar esses e outros tantos questionamentos, agradeço! <3

Autor
Jornalista, formada pela Universidade Federal de Santa Catarina, especialista em Marketing e mestre em Comunicação - e futura relações-públicas. Possui experiência em assessoria de imprensa, comunicação corporativa, produção de conteúdo e relacionamento. Apaixonada por Marketing de Influência, também integra a diretoria da ABRP RS/SC e é professora visitante na Unisinos e no Senac RS.

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